O plano de concessão da ERS-130, o planejamento das obras de duplicação do trecho entre Lajeado e Arroio do Meio, bem como as demandas e impactos na comunidade local estiveram em debate na noite de terça-feira na Associação Comercial, Industrial e Serviços de Arroio do Meio (Acisam). A reunião comunitária, proposta pela Administração de Arroio do Meio, liderada pelo prefeito Sidnei Eckert, reuniu entidades representativas, vereadores, empresários e comunidade em geral.
No encontro ficou evidente a necessidade de os municípios conhecerem o plano de concessão do Bloco 2, da qual a ERS-130 faz parte, e serem apontadas as melhorias necessárias ao projeto. Também foi discutida a instalação de pedágios, pelo sistema free flow, modalidade considerada mais justa, já que a tarifa será proporcional ao trecho trafegado, diferentemente de como é hoje. No entanto, há o entendimento de que a tarifa proposta deve ser reduzida, a fim de não penalizar a economia regional.
Nesta sexta-feira a comunidade regional é convidada a conhecer detalhes do projeto de concessão elaborado pelo Governo do Estado, bem como apresentar sugestões, na consulta pública que ocorre no Auditório do Prédio 7 da Univates, a partir das 10h.
SEGURANÇA E DESENVOLVIMENTO
O prefeito Sidnei Eckert frisou que a duplicação da ERS-130 é uma pauta antiga e que agora é preciso que Executivo, Legislativo e entidades conheçam o projeto a fundo e façam os apontamentos necessários para adequar o projeto à realidade local. “As entidades precisam fazer sua parte e se fazerem participativos deste movimento”, defendeu, observando que a duplicação vem para dar mais segurança a quem trafega pela rodovia, mas também vai trazer situações que podem impactar no desenvolvimento econômico e social, inclusive nos acessos a bairros e empresas, e precisam ser vistas e discutidas agora, ainda na fase de projeto.
As obras previstas no trecho de Arroio do Meio foram detalhadas pelo secretário de Planejamento Urbano, Pedro da Silva. Na sequência, representantes do governo estadual detalharam ao público o que está previsto no plano. O diretor da Unidade de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Rafael Ramos, apresentou informações sobre as intervenções projetadas para a rodovia e explicou situações levantadas pelos presentes.
Dentre as sugestões para a melhoria do projeto foi abordada a necessidade de acessos mais seguros e eficientes em bairros como Aimoré, Dona Rita e São Caetano, que registraram crescimento industrial e populacional, principalmente após a enchente que atingiu a região em maio passado.
O presidente da Acisam, Adelar Steffler, que também coordena o ‘Grupo de Trabalho Pedágio: desenvolvimento justo’, integrado por nove entidades, incluindo o Codevat, Amvat e CIC-VT, elogiou a receptividade da equipe do governo estadual que está coordenando o projeto. Afirmou que a proposta atual é melhor do que a presentada em 2022, mas que é preciso lutar para que demandas regionais e locais sejam incluídas. O posicionamento foi reforçado pela presidente do Codevat, Cintia Agostini, que frisou que a discussão que está sendo feita agora vai impactar na região por 30 anos.
O Grupo de Trabalho coordenado por Adelar já encaminhou um ofício para o Secretário de Parcerias e Concessões do Estado, Pedro Capeluppi, com pedido e sugestões. A primeira solicitação é que de haja mais tempo, pelo menos 120 dias, para a análise aprofundada e discussão do projeto, a fim de minimizar, ao máximo, seus equívocos e, maximizar seus acertos, já que estes fatores impactarão por décadas, não só as comunidades lindeiras envolvidas no Bloco 2, mas todo o Estado. Também sugere a revisão do valor da tarifa do pedágio e que sejam refeitos os estudos de Volume Diário Médio da Região, que seria maior do que o levado em consideração no projeto.
Foto: Jaqueline Manica