Juliano Pedro Tonezer, 42 anos, e Liane Walbrinck, 41 anos, decidiram investir em um novo ramo: a produção de hortaliças. Moradores de Linha Alto Alegre, em Capitão, também possuem produção de suínos e de bovinocultura de leite. Com formação técnica em Agropecuária, Juliano passou por empresas como Avipal, Frangosul (hoje com outros nomes) e Cooperativa Dália. Trabalhou como técnico até 2011, quando voltou para trabalhar na terra de seus pais com o irmão Volmir. Há cerca de seis meses, Juliano e Liane investiram em um sistema semi-hidropônico, sendo os primeiros produtores do município a trabalharem com este sistema.
Plantadas em bancas com areia que dá a sustentação, as hortaliças são irrigadas com solução nutritiva. “Isso reduz tempo de irrigação e por ser em bancas, o processo de plantio e colheita é feito em pé, sem causar desconforto na coluna”, explica Juliano. Ele detalha que a ideia de trabalhar com hortaliças surgiu após seu irmão sair da propriedade e verem a necessidade de mudar alguma atividade, escolhendo parar com a ordenha de forma gradativa. “As inúmeras questões relacionadas à cadeia produtiva do leite como o serviço diário, preços e o custo de produção x remuneração, acabaram ocasionando problemas de coluna na minha esposa, o que limitou algum serviço diário com os animais”.
O investimento inicial em torno de R$ 70 mil comporta a estrutura de 51×7 toda fechada, com possibilidade de abertura e fechamento lateral conforme necessidade, além de lonas, sombrite, bancadas, vasos para plantio do tomate/pimentão, areia para bancadas, fitas de gotejamento, caixas d´água, bombas, sistema elétrico/hidráulico e solução nutritiva para início da produção.
Como recém começou no ramo orelícola, a rotina do casal ainda inicia com a ordenha. “Depois minha esposa faz a parte de tratos culturais na estufa – poda, limpeza, irrigação, colheita e plantio – e eu continuo com as vacas na parte de limpeza, piquetes, trato das novilhas e lavoura. Para os suínos contamos com o auxílio de um empregado”, relata Juliano. Entre os desafios está a questão de insetos, fungos, nutrição, mercado, o planejamento de plantio/colheita e o custo de produção X preço de venda.
“Iniciamos com uma estufa pequena para entender o mercado. Assim que a estufa estiver a pleno, serão 1.200 pés de alface mensais, em torno de 180 kg de tomate/mês (das variedades cereja e tradicional), rúcula, tempero verde, pimentão, beterraba, rabanete (esses em menor escala), para ter mais diversidade de produtos”, afirma Juliano. Atualmente, a maior parte da produção vai para um mercado do município e amigos. A ideia é ampliar mercados para quando estiver com a produção em pleno funcionamento. E, para garantir o sucesso do negócio, a família conta com auxílio da Emater, na pessoa de Luciano Cavaletti e com dicas de outros produtores do município.
Futuramente a ideia da família é atender as escolas, oferecendo seus produtos para a merenda escolar. Inclusive, Juliano e Liane já estão em contato com os responsáveis por esta questão, para entender quais os principais produtos que podem ser produzidos. Também pensam em montar cestas com as hortaliças para vender tanto no município ou em feiras que possam a vir participar. “É uma ideia que vi em outros municípios e acho que isso possa vir a gerar uma receita garantida, com redução de custo de logística e em contrapartida os consumidores podem contar com produtos frescos, produzidos de forma natural e entregues em casa em datas pré-agendadas”, afirma Juliano.
Trabalhar com produtos produzidos de forma agroecológica traz tranquilidade para o casal no que diz respeito a oferecer aos consumidores não só hortaliças, mas também qualidade de vida por consumirem produtos naturais e saudáveis.
fotos: André Kuhn Reis