Faltam 29 dias para que o Vale do Taquari volte a ter seu principal acesso novamente, através da ponte da ERS-130, que liga os municípios de Arroio do Meio (parte alta do Vale) e Lajeado (parte baixa da Região), após dez meses, quando foi levada pela força das águas do Rio Forqueta, em 2 de maio.
Após as condições do tempo afetarem os serviços na última semana, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) trabalha intensamente para cumprir o prazo de entrega da obra, em 29 de março, já com a liberação do trânsito. Conforme o presidente, Luis Fernando Vanacor, na quarta-feira (26) iniciou a instalação da treliça, equipamento que transportará as vigas e lages nos sete apoios da nova ponte. A previsão é finalizar esta etapa em uma semana, para que na Quarta-Feira de Cinzas inicie a colocação das vigas.
Mudando a estratégia inicial, as oito vigas serão instaladas em dois dos seis vãos da ponte, seguida pelas lajes, e assim sucessivamente, para que a equipe de trabalho já possa estar em cima da ponte, realizando os arremates finais, como a instalação do guarda-rodas in loco paralelamente e a pavimentação. “Avaliamos que dessa forma otimizaremos o tempo e desde o início da obra, várias vezes, a linha de conduta foi alterada, conforme as situações mais benéficas para a execução da obra, garantindo maior rapidez possível. A previsão é em 21 de março concluir essa etapa, se não houver percalços. Inclusive, estamos analisando atividades que podem ser mantidas, mesmo em caso de chuva. Depois serão oito dias para ajustes finais”, detalha Vanacor.
Ainda, seguem a colocação dos aterros para corrigir o nível da rodovia com a estrutura da nova ponte com cinco metros a mais que a antiga. “Não adianta fazer cinco metros a mais de ponte e perder as cabeceiras, por isso estamos fazendo esse reforço em caso do rio subir novamente”, diz.
São 170m de cada lado, envolvendo duas empresas. Conforme o presidente, do lado de Arroio do Meio serão 400m de extensão de rocha mais construção de uma galeria. A previsão é concluir o serviço até 15 de março, incluindo asfalto e pintura. No lado de Lajeado, a construção é mais simples e iniciará pelo dia 20 de março, quando quase todas as vigas forem removidas do local. “Arroio do Meio não era campo de obra e não tinha fluxo de trânsito, por isso os trabalhos estão adiantados. Já do lado de Lajeado é necessário liberar o espaço onde estão posicionadas as vigas, com o início da remoção do primeiro conjunto, começa a execução do aterro com rochas, não envolve concretagem, o maior volume já tem, as empresas já indicaram o tempo que precisam para finalizar, não é o gargalo da obra”, explica.
Ponte mais segura
Questionado sobre os rumores de a estrutura ser fraca, Vanacor garantiu que a nova ponte é mais segura do que a anterior. Ele explica que são 172m de extensão, com 5m de altura a mais e que os pilares tem um diâmetro de 1,20m – antes era cerca de 90cm -, que foi feita uma combinação de concreto e armadura nos pilares que dá mais sustentação e não faz resistência à passagem de água. “Nos pilares 3, 4 e 5, que estão dentro do rio, vamos instalar uma viga de travamento, inclusive já existem as esperas para isso. Pela cota, baseada na cheia de maio, nós ainda estamos com uma folga de dois metros. Teria que atingir uma várzea imensa, por isso temos uma segurança de que ela não será mais atingida por uma enchente – só por um volume de água muito maior que foi agora”, afirma, acrescentado que o atraso do início da obra, no ano passado, também foi em consequência das análises e avaliações de responsabilidade técnica para garantir a resistência da nova estrutura.
Atualmente, 65 colaboradores atuam diretamente na execução da ponte, outros 15 trabalhadores são responsáveis pelos aterros. Em comparação com o início da obra, são 20 funcionários a mais. “Nesse caso também tivemos um desafio, de ter uma equipe maior para acelerar os trabalhos. Apenas três gaúchos, sendo um diretamente, trabalham no local, os demais homens vieram de outros estados”, comenta.
Relembre
A EGR assinou a ordem de início para a reconstrução da ponte sobre o rio Forqueta em apenas 16 dias desde o começo do processo. Em 20 de maio, foi lançado o edital no Diário Oficial do Estado a fim de buscar a empresa para a elaboração do projeto e a execução da reconstrução. Em 31 de maio, a EGR homologou a empresa vencedora e, no dia 3 de junho, o governo do Estado, por meio da Selt e da EGR, assinou o contrato com a empresa Engedal Construtora Ltda. No dia 5 de junho foi feita a ordem de início para estudos topográficos e elaboração do projeto, sendo que a execução da obra começou em 6 de setembro com a fabricação das vigas. “É importante colocar que o período chuvoso de julho atrapalhou os estudos, de sondagem e perfuração dentro do rio, mudando o prazo de 30 para 90 dias. Depois, em setembro, houve uma possibilidade de uma nova enchente – semelhante a de 2023 – gerou uma dúvida com relação à realização das fundações, arriscar de perder todos os serviços executados e mudar todo o projeto, um momento difícil de tomada de decisão, não permitindo cumprir a primeira meta (dezembro de 2024). Contudo, o contrato foi aditado em tempo hábil, num processo mais encaminhado e assim estabelecer o dia 29 de março para a entrega da obra”, recorda Vanacor. E segue: “São dez meses, considerando todo os percalços. Sabemos da importância deste acesso para a comunidade do Vale, mas entendo que desde o início sempre buscamos agilizar o máximo possível, sempre há crítica no sentido de atraso, mas ninguém nunca parou para pensar a forma de atuação e complexidade, e a EGR nunca se omitiu. Hoje, seguimos lutando com as condições climáticas, a empresa também nunca mostrou morosidade, sempre houve atitude para entregar a obra no menor prazo”, acrescenta o presidente.