Consolidado como o maior produto turístico do Vale do Taquari, desde o início das atividades em 2019, o Trem dos Vales tem sua operação paralisada em função da destruição de parte da Ferrovia do Trigo. Dos 43 quilômetros do trajeto percorrido pela composição entre Guaporé e Muçum, cerca de 23 quilômetros foram danificados, impossibilitando a circulação de trens no trecho.
Trechos de trilhos da ferrovia foram destruídos, entradas de túneis obstruídas, além de quedas de barreiras em diversos pontos e pilares danificados em pontes. De acordo com levantamentos de danos encaminhados aos governos estadual e federal, estima-se que são necessários em torno de R$ 110 milhões para a recuperação da ferrovia, que é concedida a Rumo Logística até 2027. A empresa utilizava o trajeto para o transporte de combustíveis entre Canoas e Passo Fundo. Diariamente circulava um trem com cerca de 70 vagões com combustíveis, equivalente a 210 caminhões.
O Trem dos Vales era operado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). De acordo com o diretor da entidade, Rafael Fontana, existe a possibilidade de transferir a concessão do trecho utilizado pelo Trem dos Vales para a iniciativa privada. Ideia compartilhada pelo presidente da ABPF, Marlon Ilg, que recentemente participou com lideranças regionais de reunião com o vice-governador Gabriel Souza, que prestou apoio e já encaminhou o assunto para o governo federal.
Enquanto uma solução não surge, o Vale do Taquari aguarda por uma luz no fim do túnel que possa novamente dar vida e passagem a um produto fundamental para o turismo do Rio Grande do Sul.