Há quase dois meses à frente da Secretaria da Fazenda de Arroio do Meio, Natália Grassi (34), formada em Administração pela Univates, com pós-graduação em Finanças e Controladoria, atualmente cursando Governança, Gestão de Riscos e Compliance, assumiu o desafio de atuar no setor público, após vasta experiência como bancária. É a secretária mais jovem a ocupar o posto na história do município.
Em visita à sede do jornal O Alto Taquari, na manhã de quarta-feira (26), acompanhada da vice-prefeita Andréa Barth, ela relatou sobre as primeiras semanas de trabalho, inicialmente focado no alinhamento e organização. “Estamos organizando a casa, a equipe, conhecendo os processos e projetos já em andamento, porque diferente do setor privado, aqui é a Lei que determina o que pode ou não ser feito”, compara.
Conforme Natália, a atual gestão assumiu com um valor de R$ 6,24 milhões em caixa, sendo R$ 5 milhões já comprometidos e outros R$ 1,24 milhões é recurso livre. “A maior parte é de pagamentos que precisamos honrar em 2025, de pavimentação, pontes, melhorias em escolas que foram encaminhadas/executadas na gestão passada”, explica, acrescentado que a previsão orçamentária para 2025 é de R$ 156,5 milhões – destes, 15% e 25% são obrigatoriamente destinados para as áreas da saúde e educação.
Ela aproveitou o momento para falar sobre a Lei 14.133/2021, que estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas, ou seja, quanto a compra que está mais rigorosa e exige um prazo de 45 a 60 dias de processo licitatório. “Chamo atenção das empresas e comércios locais, para que façam um cadastro junto ao portal de compras da Prefeitura, se habilitem para participar dos processos. Queremos fortalecer os empreendimentos de Arroio do Meio, mas tudo precisa estar de acordo com as leis, visando qualidade e o princípio da economia”, reforça.
Segundo a secretária, entre as metas da pasta está criar uma reserva mínima no valor de uma folha de pagamento – hoje cerca de R$ 3 milhões/mês –, assim como buscar alternativas para diminuir custos e ampliar investimentos. “Ainda temos demandas para suprir da enchente, precisamos manter o que já tem e planejar os quatro anos, focando em melhorias e na captação de recursos”, almeja.
Aluguel social
Questionada sobre o benefício do Aluguel Social, Natália expôs que são necessários cerca de R$ 3 milhões/ano para atender 242 famílias. Em novembro de 2024, o governo estadual fez o último repasse do valor emergencial e, agora, o município está destinando 100% do recurso. “É inviável. Antes o Estado enviava um montante e nós tínhamos uma contrapartida de 50% a mais do valor total. Um dos desafios é captar mais recursos para seguir auxiliando as famílias”, comenta.
Agenda na Capital
Nesta semana, a vice-prefeita esteve em Porto Alegre, visitando deputados estaduais e as secretarias do Estado em busca de recursos destinados para o desenvolvimento de projetos prioritários do município. Entre as solicitações, Andréa cita: emendas para atender à saúde, para zerar a fila de espera por cirurgias (900 pessoas); manutenção e limpeza da ERS-130, já que os usuários têm dificuldades para visualizar as placas de sinalização devido à vegetação; recursos para o Aluguel Social e para ampliar o programa de desassoreamento. “São agendas importantes, precisamos levar nossas demandas regularmente, em busca de recursos e parcerias para atender nossa comunidade e estar atentos aos programas ofertados pelos governos estadual e federal que podem beneficiar a nossa população”, ressalta a vice-prefeita.
Fotos: Vanessa Paliosa