Por Liniker Duarte
A dragagem e o desassoreamento dos rios e arroios do Vale do Taquari foram os principais temas debatidos em uma reunião realizada na segunda-feira, 28, na Secretaria de Educação de Arroio do Meio. Organizado pelo grupo Pró-Dragagem, o encontro contou com a presença do deputado estadual Capitão Martim (Republicanos) e de cerca de 30 pessoas da comunidade que integram o grupo de voluntários Pró-Dragagem, em busca de soluções para evitar futuros danos e diminuir o impacto de possíveis novas catástrofes. Também estiveram presentes agentes da Defesa Civil de diversos municípios do Vale, prefeito Sidnei Eckert e vereadores.
O deputado Martim participou do evento ouvindo as demandas e abrindo espaço para que os membros do grupo apresentassem seus questionamentos. A iniciativa reforçou a importância da união entre comunidade e autoridades para acelerar projetos de dragagem e recuperação dos cursos d’água que cortam a região. Segundo ele, o Rio Grande do Sul possui a segunda maior malha hidrográfica do Brasil e explica que a manutenção de uma hidrovia é mínima se comparada com a manutenção de uma rodovia estadual ou federal.
“Hoje não temos uma modelagem hidrológica. Não temos dados completos para entender qual a realidade e real necessidade dos locais que precisam de dragagem. Precisamos saber o tipo de sedimentos que há nos rios, a quantidade de material que precisa ser retirado, a força da água no local, profundidade, etc”, afirma.
Para tal, diz estar batalhando pelo Vale do Taquari, defendendo políticas públicas em proteção à Defesa Civil e deseja trazer um batalhão do Corpo de Bombeiros para o Vale. Comenta que aos moldes do que viu nos Estados Unidos e no estado de Santa Catarina, são os locais mais bem preparados e equipados contra catástrofes e emergências climáticas.
“Santa Catarina, por exemplo, possui geólogos, meteorologistas, agrimensores, profissionais pluviais e do solo que juntos compõem a estrutura de uma Secretaria da Defesa Civil, amparada por pesquisa, estudos e coleta de dados sobre cada região catarinense. Estes dados são abertos para quem quiser se informar. Por isso penso que o Vale do Taquari deva se reestruturar, seja no sistema de alerta, seja no sistema de resposta, seja em um sistema integrado contra inundações e alagamentos”, destaca Martim.
Por fim, questionado pelos integrantes do Pró-Dragagem sobre qual o próximo passo e como proceder, o deputado afirma que é preciso ter uma comissão que inicie a coleta de dados na região e apoie a Defesa Civil. Aproveitou a oportunidade para parabenizar as ações já realizadas pelo grupo.
“Penso que deveriam montar uma associação, trazer mais profissionais e adeptos para o grupo, coletar mais dados da região, pressionando dirigentes e fiscalizando o que é do coletivo. Estão de parabéns pelo que já fizeram. Graças à pressão deste grupo, foi possível a celeridade na construção de pontes. A gente sabe que o Vale do Taquari tem muita pressa”, finaliza.