
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul lançou em junho, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Organização das Nações Unidas (ONU), o programa Indústria Acolhedora. A iniciativa é direcionada à integração de migrantes à indústria gaúcha. Nos últimos anos, a vinda de migrantes haitianos, venezuelanos e de outras nacionalidades em solo gaúcho tem se intensificado. O programa busca promover a qualificação e a empregabilidade de migrantes e refugiados em busca de inserção produtiva e desenvolvimento de carreira com foco na qualificação e inclusão social complementar.
No Vale do Taquari e em Arroio do Meio a vinda de migrantes haitianos começou a partir de janeiro de 2010, após o terremoto de magnitude 7, quando morreram 220 mil pessoas e milhares de pessoas ficaram desabrigadas e/ou tiveram que se refugiar. O evento pressionou o fluxo migratório e haitianos de diversas profissões se inseriram em diversas atividades, mas em maiores proporções nas indústrias, onde a falta de mão de obra já começou há mais de uma década. A população de haitianos em Arroio do Meio já foi bem maior, mas muitos continuam morando, trabalhando e constituindo família aqui. Mais recentemente o fluxo de venezuelanos é maior.
VENEZUELANOS – Segundo a Unicef, entre 2015 e 2024 entraram no Brasil 568 mil venezuelanos. A falta de acesso a necessidades básicas como alimentos, emprego, medicamentos e serviços de saúde, combinada com a instabilidade, violência e perseguição política, hiperinflação, principalmente a partir dos governos de Hugo Chaves e desde 2013 de Nicolas Maduro, tem intensificado a saída de venezuelanos por melhores condições de vida. Em Arroio do Meio, em torno de 60 venezuelanos foram acolhidos por um período no hotel da cidade, mas na medida que começaram a trabalhar foram buscando espaços próprios.
Câmara atuante
Acompanhei boa parte da reunião da Câmara de Vereadores de Arroio do Meio na última quarta-feira e durante as cerca de duas horas de sessão, o que se observa é que os parlamentares nos seus espaços se manifestam sobre problemas que afetam muito nossa população, a exemplo dos problemas que estão ocorrendo com o transporte escolar de linha normal que atinge alunos de Palmas; a morosidade e falta de explicações plausíveis para o atraso nas obras do Guararapes, que afeta o rendimento escolar; os problemas das enchentes que interferiram felizmente menos na vida urbana, mas acabaram afetando a atividade dos agricultores, plantios frustrados, produção de leite, dias parados …; pauta importante que está no radar é a questão dos serviços prestados pela Corsan/Aegea. O Grupo Aegea Saneamento empresa privada é líder no setor de saneamento básico no Brasil e depois de ter adquirido a Corsan, ampliou sua atuação no RS estando em mais de 300 municípios. Com a promessa de fazer expressivos investimentos, o que se verifica, entretanto, é uma preocupação e uma insatisfação principalmente em relação às diversas Sociedades de Água que ao longo de décadas prestaram serviços relevantes nas comunidades. Elas serão ressarcidas? Os investimentos serão feitos? (ver mais informações na contracapa).
Turismo em Gramado
Referência turística na Serra Gaúcha, Gramado dá uma freada na explosão de construções e empreendimentos. Esta semana, por meio de dois decretos, o prefeito Nestor Tissot suspendeu por seis meses a construção de restaurantes e hotéis. No caso dos hotéis, a medida vale para toda a cidade, com exceção de pequenas hospedagens de até 20 leitos, cujas propostas continuam sendo recebidas. Para restaurantes, a restrição é para projetos com mais de 20 cadeiras para o centro da cidade. A medida, segundo o prefeito, atende pedido do presidente do Sindicato de Hotelaria e Restaurantes na Região das Hortênsias. Entre as causas, estão a queda na ocupação de leitos de 56% para 45% em quatro anos e problemas no trânsito e de infraestrutura de saúde pública e saneamento. Uma das discussões é se Gramado quer um turismo mais familiar ou maior. Gramado já tem 216 hotéis, que somam 24,7 mil leitos. Estão em construção mais 13 projetos com 9,9 mil leitos e outros 33 em análise, o que projeta 36,1 leitos nos próximos cinco anos.
Turismo regional e local
Encantado é o município do Vale do Taquari que se destaca no movimento de turistas e vive seu melhor momento a partir do Cristo Protetor. Outros municípios da região buscam atrair parte deste fluxo com ofertas de serviços, atrações gastronômicas e pontos de lazer, aproveitando públicos que vem ao Estado e região. Arroio do Meio, a partir da reativação do Comtur, está focado na organização e integração do setor para viabilizar ações que contribuam para vender melhor todos estes empreendimentos que estão em atividade há bastan