A lida no campo sempre esteve presente na vida de Eduardo e Leonardo Schwarzer. Os irmãos, de 28 e 26 anos, cresceram observando avós e pais no cuidado diário com os animais, em Forqueta Baixa. Desde pequenos, auxiliaram nos afazeres da propriedade e, há quase dois anos, após o falecimento do pai, Revaldo, assumiram definitivamente o negócio da família ao lado da mãe, Beatriz.
A propriedade, com 21 hectares, é movida principalmente pela bovinocultura de leite — produção entregue à Languiru. Além disso, os jovens cultivam milho e soja, grãos comercializados a terceiros. Hoje, o plantel soma 75 animais entre vacas, novilhas e gado de engorda. Das 39 vacas em lactação, a família alcança uma média de 1.250 litros de leite por dia, garantindo aproximadamente 37 mil litros por mês.
Com o antigo espaço já insuficiente para a demanda e pensando em elevar a qualidade do leite e o bem-estar do rebanho, Eduardo e Leonardo investiram R$ 600 mil na construção de um galpão em sistema Free Stall. A nova estrutura, com 680 m², abriga as vacas em lactação, oferecendo mais conforto e condições adequadas para produção. “Mesmo com o investimento, nossa ideia não é aumentar o número de animais. Queremos trabalhar melhor com o que já temos”, explica Eduardo.
O sistema Free Stall mantém os animais confinados de forma planejada, proporcionando conforto térmico, higiene e manejo eficiente — fatores que têm impacto direto na produtividade da pecuária leiteira.
A rotina no campo, no entanto, frequentemente segue até a noite. Isso porque, além da produção de leite, os irmãos também prestam serviços a terceiros, como plantio e aração. O cenário econômico exige cautela: “O preço do leite caiu cerca de R$ 0,20 nos últimos quatro meses. Isso representa uma perda de aproximadamente R$ 5 mil, e o custo de produção continua o mesmo”, lamenta Leonardo.
Apesar dos desafios, a paixão pelo que fazem é evidente. “É um trabalho que exige dedicação. Se a gente não gostar, não tem como seguir, porque o comprometimento é diário. Mas tudo evoluiu muito. Antes tudo era braçal; hoje temos máquinas que ajudam bastante. Também merecemos momentos de descanso, e por ser uma atividade familiar, conseguimos nos organizar para folgas, principalmente nos fins de semana”, afirmam.
Apaixonados pelo interior e pelo agronegócio, Eduardo e Leonardo não pensam em abandonar a vida no campo. Para eles, seguir investindo na propriedade é essencial — seja qual for o ramo de atuação.



