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    Nilda: uma história de empatia, amor e resiliência

    O Alto TaquariBy O Alto Taquari5 de dezembro de 2025Nenhum comentário8 Mins Read
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    Depois dos 70 anos, o médico cirurgião plástico Francisco Tostes trouxe mais leveza à vida de Nilda quando reparou e curou ferimento de queimadura que tinha desde a infância
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    Leonilda Maria Kich, 77 anos, a “Nilda”, moradora do bairro Aimoré, desde muito jovem aprendeu que a vida pede coragem. Talvez por isso tenha dedicado grande parte dos seus passos cuidando dos outros, e embora não tenha filhos, acolheu muitos como se fossem seus.
    Trabalhando no Curtume Aimoré, conheceu o futuro marido, Ireno Fernando Kich. Este trabalhava no período oposto ao seu, e costumava passar pelo pátio da empresa, em frente a janela na qual a visualizava trabalhando. Os colegas faziam brincadeiras, vendo a troca de olhares de ambos e Ireno, sempre desfilando em frente a janela… O namoro iniciou num jogo de futebol e em menos de dois anos, o casamento, em 1985.
    Leonilda e Ireno formaram um lar simples, porém aconchegante, numa pequena casa de madeira, alugada, e junto com o casamento, o destino lhe trouxe o sogro Silvério Kich, viúvo, que até então residia em Três Saltos Médio, e passou a morar com eles.
    Focados no trabalho e no propósito de ter uma casa própria, compraram um terreno e na medida que compravam material para a construção, já iam depositando o mesmo no terreno e em alguns anos, construíram a sonhada moradia.
    Deste período lembra o apoio recebido da empresa/Curtume Aimoré, que lhes emprestou boa parte do valor necessário para compra do terreno e construção do imóvel, valor que foi devolvido mensalmente à empresa, em parcelas suaves, abatido do pagamento de ambos, frisou ela. “Foram muito bons, sem a ajuda do Curtume teria sido muito difícil ter nossa casa, também ajudaram outras famílias de funcionários, mesmo em casos de saúde, eram solidários e grande parte das pessoas devolveu os valores, outros, infelizmente, não cumpriram o combinado e nunca mais pagaram”, disse.
    No bairro Aimoré e mesmo na grande São Caetano, não há quem não a conheça. Geralmente caminhando apressada, parando para conversar com tantas pessoas na rua, e quando está em casa, chega uma amiga, outra, mais a vizinha, alguma irmã ou sobrinha enfim, na casa verde localizada na esquina das ruas Maranhão e Ceará, sempre tem alguém passeando e a cuia de chimarrão, passando de mão em mão.
    Contar sua história a fez lembrar do sogro e este tinha seu lugar cativo na área da casa, passava as tardes ali, era uma pessoa querida e a vizinhança gostava muito dele. “Nos esperava com almoço pronto e até passava um pano na casa para que quando eu chegasse do trabalho no final do dia, tivesse um tempinho maior para tomar um chimarrão”, lembrou.
    Visitavam com bastante frequência os parentes que residiam em Três Saltos, terra natal de Ireno, da mesma forma os bailes que eram realizados em Travesseiro, na época, distrito de Arroio do Meio.
    Ireno faleceu em 2002, aos 50 anos. O sogro já apresentava uma saúde frágil, mas tinha muita vontade de viver e embora permanecesse acamado nos últimos anos de vida, estava lúcido. “Ele gostava de sentar na área, olhar a paisagem, passear. Eu o colocava na cadeira de rodas e passeava pela calçada, ele ficava muito feliz, as pessoas paravam para conversar, a atenção que dedicavam, lhe fazia muito bem”, disse. Silvério faleceu em 2008, aos 77 anos.
    Leonilda nasceu em Conventos, Lajeado. O pai, Arcino Maria Dutra, “o Manuel”, trabalhava no Curtume Aimoré, então localizado em Conventos. Após o curtume ser completamente consumido por um incêndio, Friedhold Kuhn, então gerente/sócio, trouxe o Curtume Aimoré para o bairro São Caetano e convidou seu Manoel para seguir trabalhando com ele. O curtume alavancou o crescimento do bairro, gerou centenas de empregos, famílias inteiras conseguiram trabalho ali. Mais adiante o bairro foi mapeado e recebeu o nome de Aimoré, em função e por que não dizer, em homenagem ao curtume, que passou a ser uma referência.
    Na época, a família recebeu uma casa para morar. A área era grande, cultivavam horta, uma rocinha, algumas vacas, porcos e animais domésticos, afinal, com cinco filhos para criar, tudo o que tiravam da roça, ia bem para mesa. Na idade adequada, todos os filhos conseguiram emprego no curtume.
    Por ordem de nascimento: os irmãos Paulo Francisco (Paulão), Élio (falecido), Leomar, Carlos Lothar e ela própria, nasceram em Conventos. Em Arroio do Meio viriam outros filhos – Décio (falecido há poucos anos), Soeli (faleceu aos 8 anos), Juraci, Nelsi e Margarida (faleceu com poucos meses de vida). Hoje, no município vivem filhos, netos, bisnetos e tataranetos de seu Manuel e dona Dorcelina Dutra. Continuam trabalhando, integrando-se à sociedade e torcendo pela reconstrução do município, tão castigado nas últimas enchentes.
    Após a aposentadoria, já viúva e morando sozinha, voltou à trabalhar fora de casa, inicialmente na residência de Zora Ionara e André Schwarzer. Posteriormente, cuidou de idosos, Dona Raquel Thomé, Maria Jacy Brod e a Vó Arnhold (esta residia no bairro), respectivamente. Pouco antes de realizar “à grande cirurgia”, parou de trabalhar fora e dedica-se ao lar.
    Voltemos para a década de 1960… O mundo já havia marcado a pequena Nilda com um grave acidente doméstico e as sequelas (ferida) a acompanharam por setenta anos, isso mesmo, até bem pouco tempo…
    Tinha quatro anos de idade e num momento em que a mãe não estava por perto, ela e os irmãos postaram-se junto ao fogão a lenha, onde o calor era escaldante e mexiam na panela de melado que cozia sobre o fogo. Leonilda pendurou-se na barra que ficava junto ao fogão que acabou caindo sobre ela, apenas um banquinho de madeira ficou entre ambos, o que estava sobre o fogão, bule de café, chaleira de ferro e o melado, caíram sobre boa parte do seu corpo franzino, e a perna esquerda foi duramente queimada.
    Sofreu muito, sentiu dores insuportáveis e não haviam recursos médicos para tratar as queimaduras. Pomadas, receitas caseiras e muitas orações foram a forma de tratar as feridas. Após o ocorrido, uma tia, Teresinha Cardoso (mãe do ex-vereador Sérgio Cardoso/falecido), na época solteira, passou a morar com a família para ajudar a cuidar das crianças e principalmente da Nilda, que passou muito tempo acamada. Com o passar dos anos, as visitas a médicos tornaram-se possíveis e eram frequentes. O cuidado com a queimadura nunca parou, eram feitos curativos quase diários, e nos últimos anos, visitas a médicos e curativos duas vezes por semana no posto de saúde. Nunca foi encaminhada a um especialista e por conta própria decidiu consultar um.
    O médico Francisco Tostes, ao consultá-la, foi enfático, “isso não é para amanhã, é pra hoje”. Conforme ela, uma bactéria havia se instalado no ferimento, na verdade, era um câncer que ela acredita não ter se alastrado pelo corpo por utilizar babosa diariamente, “eu acredito nesta planta e no seu poder medicinal”.
    E assim, depois dos setenta anos de idade, teve a chance de fazer a cirurgia que mudaria seu caminho, no encontro entre a medicina e a esperança, Nilda descobriu que ainda era possível viver com mais leveza.
    A recuperação foi lenta e dolorosa. Foi necessário fazer um grande enxerto, por três meses permaneceu imobilizada numa cama, e durante um mês um dreno ficou acoplado à perna. A área abrangida/ferimento/cicatriz, é grande, cerca de 40 cm de altura por 15 cm de largura. “Saía de casa apenas para fazer os curativos, colocada sobre a maca e transportada pela ambulância”, disse.
    Depois de décadas, ela que sempre se doou para ajudar os outros, ficou totalmente dependente e precisou ser cuidada.
    O irmão Décio Dutra (faleceu um ano após a cirurgia), esteve ao seu lado, acompanhando-a em todas as consultas, as irmãs Juraci e Nelsi (esta, acolheu em sua casa há cinco anos), e a vizinha, Marialda Costa, revezavam-se nos cuidados. “ Nunca fiquei sozinha, sempre um deles esteve comigo, nas 24 horas do dia. Outras pessoas foram especiais naquele momento, porém estes, durante três meses, viveram dentro da minha casa”, disse, demonstrando gratidão no olhar.
    Sobre viver ou existir… “Sinto um profundo agradecimento pela saúde, por acordar bem e poder caminhar sem a sombra constante daquele sofrimento antigo. O trauma ficou, porém agora que as feridas foram curadas, ele vai diminuir”, disse.
    Admite que trabalhou muito sim, foram escolhas que fez, dedicou dias e anos inteiros ao bem-estar das pessoas, se foi uma força, tantas vezes, silenciosa na vida de outras pessoas, é grata a isso também.
    Na comunidade, segue ajudando, ouvindo e entende que servir é uma forma de oração. Integra o Coral Cristo Rei do bairro Aimoré, nas quintas-feiras participa dos terços realizados na casa da Ministra Católica Beatriz Rodrigues. Gosta de participar dos Cafés organizados pelos Clubes de Mães, nas diferentes comunidades. Mas hoje procura cuidar mais do próprio corpo e da alma, pratica ginástica nas segundas e sextas-feiras.
    Nilda nunca perdeu o brilho de quem carrega dentro de si um coração grande, capaz de abraçar o mundo. Ao perguntar o que mais agradece, responde sem hesitar: a saúde. Não porque a vida tenha sido um tanto quanto difícil, mas porque, apesar de tudo, está bem, e estar bem, para ela, é a maior de todas as bênçãos.

    Nas bodas dos pais, irmãos Paulão, Nelsi, Lothar, Juraci, Décio, Nilda e Leomar. Ausente na foto, o irmão Élio, que residia em Novo Hamburgo, e na ocasião teve a casa atingida por enchente
    Nilda e Ireno, nas Bodas de Ouro dos pais Manuel e Dorcelina
    O Alto Taquari

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