NOSSA CAPA
    DESTAQUES

    Relógio quase centenário e o som do badalar dos sinos da igreja testemunharam o nascimento de Marques de Souza

    27 de dezembro de 2025

    Programação especial celebra 30 anos de história e conquistas

    27 de dezembro de 2025

    Arroio do Meio abre licitação para infraestrutura e construção de 294 moradias da Defesa Civil

    26 de dezembro de 2025
    Facebook Twitter Instagram
    Facebook Twitter Instagram
    O Alto TaquariO Alto Taquari
    ASSINAR
    • LEIA ONLINE (PDF)
    • Início
    • CATEGORIAS
      • Agricultura
      • Comércio
      • Cultura
      • Economia
      • Educação
      • Geral
      • Política
      • Polícia
      • Política
      • Saúde
      • Tecnologia
      • Trânsito
      • Transporte
      • Turismo
    • Cotidiano
    • Colunas
      • Isoldi Bruxel – Apartes
      • Alexandre Garcia
      • Resenha do Solano
      • Ivete Kist – Carta Branca
      • Alício Assunção – Mais Turismo
      • Gilberto Jasper – Em Outras Palavras
    • Esportes
      1. Bocha
      2. Copa Pituca
      3. Escolinhas
      4. Futebol
      5. Futebol Amador
      6. Futsal
      7. Gauchão
      8. Motocross
      9. Outros esportes
      Featured

      Só Barulho e Acia/Glória decidem título da categoria Livre

      12 de dezembro de 2025
      Recent

      Só Barulho e Acia/Glória decidem título da categoria Livre

      12 de dezembro de 2025

      Caio Pace: jovem ciclista leva nome de Arroio do Meio pelas estradas do Sul

      30 de novembro de 2025

      Municipal de Futsal de Marques de Souza conhece campeões nesta sexta-feira

      28 de novembro de 2025
    • ESPECIAIS/CADERNOS
      • 50 anos da AMAM
      • Arroio do Meio – 85 Anos
      • Eleições 2022
      • Escola São Caetano – 110 anos
      • Agrovale
    O Alto TaquariO Alto Taquari
    You are at:Início » Os 150 anos da imigração italiana no Brasil
    Especial

    Os 150 anos da imigração italiana no Brasil

    O Alto TaquariBy O Alto Taquari1 de dezembro de 2025Nenhum comentário8 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Compartilhar
    Facebook Twitter Pinterest WhatsApp Email

    A imigração italiana no Rio Grande do Sul começou em 1875, quando chegaram os primeiros imigrantes na Serra Gaúcha, na localidade de Nova Milano (atual Farroupilha). O fluxo migratório, que ocorreu principalmente entre 1875 e 1914, foi marcado pela busca de melhores condições de vida. Segundo a pesquisadora Andréa Regina Kaisecamp, “a história da imigração italiana no Brasil até chegar ao Vale do Taquari reflete a resiliência e esperança de um povo que passou por muitos desafios e dificuldades em meio a transformações econômicas e sociais que ocorreram na Europa e Brasil. Em busca de uma nova vida, os imigrantes enfrentaram adversidades ainda na viagem transatlântica, com embarcações superlotadas e condições precárias de higiene e saúde. Muitos não resistiram e os que chegaram tiveram que superar a dureza inicial de adaptação de um novo clima, língua e cultura. Apesar disto, instalando-se em terras devolutas no sul do Brasil, os italianos iniciaram uma trajetória marcada por muito trabalho.
    A Itália, como a que conhecemos hoje, era muito diferente. Era constituída de pequenos reinos, estados papais e repúblicas independentes. Esta fragmentação dificultava o desenvolvimento econômico, a mobilidade e estabilidade política. O país que passara pelo processo de unificação, enfrentava fome, miséria, crise econômica e demográfica, especialmente ao Norte da Itália, como Piemonte e Vêneto.
    Diante do cenário de pobreza, fome, falta de perspectivas, a emigração tornou-se uma saída para milhares de italianos que começaram a sair em massa a partir da década de 1870, atraídos pela propaganda do governo brasileiro. Na segunda metade do século XIX, o Brasil caminhava para o fim do regime escravista. O cenário se mostrava desafiador, principalmente em relação à mão de obra. Concomitantemente a esses movimentos, a mão de obra paulista era extremamente necessária para a retomada de territórios, como havia sido proposto já anteriormente pela lei de Terras em 1850 com a imigração alemã. Na província de São Pedro do Rio Grande do Sul é retomada a política de terras devolutas do Império, que eram entregues aos imigrantes com o objetivo de ocupar áreas pouco povoadas. Segundo a pesquisadora, a elite do Brasil Imperial acreditava que, com estes incentivos, se melhoraria a composição étnica, reduzindo a influência negra e indígena. As comitivas imperiais brasileiras circulam na Itália, prometendo transformação econômica e social para as famílias, o que era impensável para os camponeses da península itálica. Anúncios da época mencionavam que além das terras, oportunidades, clima tropical, abundância de alimentos, riquezas minerais, onde o imigrante poderia construir seu castelo, eram oferecidos utensílios de trabalho.

    Colônias que moldaram a história da imigração italiana no Vale do Taquari

    Para Andréa Regina Kaisecamp, a colonização italiana no Rio Grande do Sul passa pelo papel das “Quatro Colônias Mãe”, que oficialmente se tornaram os primeiros núcleos de ocupação organizada dos imigrantes vindos da Itália para o solo gaúcho. São elas: Caxias do Sul (Colônia de Campo dos Bugres); Bento Gonçalves (Colônia Dona Isabel); Garibaldi (Colônia Conde D’Eu); e Carlos Barbosa (Colônia Santa Tereza).
    O modelo de colonização italiano era baseado na pequena propriedade familiar. Cada lote de terra concedido era suficiente para sustentar uma família. Recebiam ferramentas de trabalho e variadas sementes. Com o passar dos anos, os lotes foram fragmentados, em muitos casos levaram a inviabilizar o sustento da família e novas migrações foram ocorrendo para outras regiões.

    Aspectos socioculturais

    Os imigrantes italianos eram muito religiosos. Como católicos praticantes, a igreja se torna uma das primeiras construções comunitárias. Essa religiosidade continua presente nas Igrejas de madeira, nos capitéis, nas capelinhas, nas festas comunitárias em homenagem ao padroeiro. E é preciso enfatizar que a Igreja era muito mais que um espaço de culto a suas devoções. Era um espaço de relações sociais.
    A educação formal dos núcleos coloniais não era prioridade. Entretanto o próprio núcleo familiar encarregava-se de ensinar as crianças noções básicas de leitura, escrita e matemática, principalmente valorizando o dialeto “talian”. Com o passar do tempo, as próprias comunidades se organizam para construir os pequenos espaços educacionais, estes sempre perto da igreja, onde muitas vezes, os padres tiveram papel fundamental na construção desses espaços.
    É importante salientar que a construção de um vocabulário próprio, “Talian” (língua de Vêneto), fez com que prosperasse o sentimento de fraternidade e senso de comunidade. O dialeto mesmo que tenha sido proibido na era Vargas, com o movimento nacionalista, que proibia a utilização de línguas estrangeiras no Brasil, permaneceu presente em núcleos italianos. Aqui no Rio Grande do Sul são 30 municípios que ainda preservam a língua. Foi declarado pelo IFHAN como referência cultural brasileira.
    Entre os esportes, é importante pontuar, trouxeram a bocha, mora, o baralho, praticados aos domingos pelas famílias. Nos filós também realizavam brincadeiras, como esconder o ovo, o prego, o gato e rato, o lenço, a cadeira e o jogo do saco. Normalmente essas brincadeiras eram direcionadas para as crianças e jovens que brincavam nos pátios das casas enquanto os mais velhos conversavam e jogavam carta.
    Os italianos trouxeram a gaita utilizada nas festas que eram realizadas. Herança essa vista nos conjuntos tradicionalistas. Havia também as reuniões noturnas, entre parentes, vizinhos e amigos. Reuniões essas, realizadas no paiol, na cozinha, no porão ou até mesmo ao ar livre.

    Mesa farta

    Italiano é sinônimo de mesa farta e comida boa. Polenta, a base alimentar de todos os dias. Quem nunca ouviu a marcha “La Bela Polenta” reverenciando esse prato típico. Polenta e molho, polenta e leite, polenta e fortalaia com radicci, polenta brustolada. Entre tantos outros pratos, como a famosa massa, com todas as suas variedades: bigoli, espaguete, talhadela, tortéi, uma especiaria com carne a abóbora e envolvida em um pano branco a ser levada à fervura. Todas essas delícias regadas a um bom molho e queijo. Sobremesas como sagu e creme, súgulo. Guloseimas como o bom pão, grostoli, biscoitos, salame. O brodo, com agnolini ou capeletti. E não esqueçamos do bom vinho, de preferência, aquele feito em casa. Do próprio parreiral, despejando as uvas na mastela, e com os pés, fazendo uma linda dança. Depois de pronto, o vinho era armazenado nas pipas de carvalho para sua conservação, diz a pesquisadora.

    Expansão pelo Vale do Taquari

    Nas últimas décadas do século XIX, o Vale do Taquari experimentou uma expansão e povoamento reconhecidos pelo governo provincial e por companhias colonizadoras como Klenze e Cia, Bastos & Cia e Batista Fialho de Vargas. A ocupação ocorreu mais nas encostas, conhecidas como a parte alta do Vale. Segundo pesquisas feitas por Andréa Kaisecamp, durante o curso de História e estudos sobre a vida dos imigrantes que aqui chegaram não foi fácil. Os lotes eram constituídos de pequenas propriedades, entre 10 e 15 ha em meio à mata extremamente densa, com terrenos íngremes. Para fazer o plantio, era necessário desmatar, queimar, plantar, semear e colher. A alimentação era de frutas silvestres, pinhão e caça. Com a derrubada de mata foi possível construir galpões e primeiras casas. Parte da madeira era vendida. Iniciou-se também o extrativismo da erva-mate.
    As primeiras relações sociais e econômicas foram feitas com imigrantes alemães já estabelecidos e também com grupos indígenas como os Kaigangue e Guaranis, que habitavam o território e possuíam amplo conhecimento das áreas e modos de subsistência.
    De acordo com levantamentos de pesquisadores, a Colônia de Encantado foi fundada em 1878, embora as primeiras famílias só chegaram alguns anos depois. Localizada na margem direita do rio Taquari e próxima a Muçum, os lotes consistiam em terras férteis e um clima mais quente, do que o encontrado nas antigas colônias. Nestas levas, que vinham das colônias do que hoje se conhece como Caxias, Bento Gonçalves e Garibaldi, vieram famílias com sobrenomes como Lucca, Bratti, Pretto, Fontana, Buffon, Bertozzi, Rossetto, Echer, Radaelli, Castoldi, Pedrotti, entre outras. A área da Colônia de Encantado expandiu-se principalmente ao norte, atingindo municípios como hoje são conhecidos Putinga, Nova Bréscia, Anta Gorda, Ilópolis, Arvorezinha.
    Arroio do Meio, ainda distrito de Lajeado, também recebeu imigrantes, porém nas regiões mais altas, como hoje conhecemos Capitão, Pouso Novo, Coqueiro Baixo, Travesseiro, Nova Bréscia… Famílias de sobrenome Gasparotto, Giaretta, Rizzi, Zanotelli, Fachini, Casotti, Tramontini, Daldon, Beneduzzi, Castoldi, Buttini, Cocconi, Faccini, Boni, Bettini, Perotti, Casaril, Manica, Catâneo, entre outros… De acordo com pesquisadores, imigrantes italianos também se estabeleceram às margens altas do que hoje é Travesseiro, povoando terras à margem direita do rio Forqueta, vindos das colônias originais de Bento, Caxias e Garibaldi. Destacam-se famílias de sobrenome Sandri, Bettio, Boni, Alberton, Pivatto, Martini, Frasnello, Dalla Vechia… Na outra margem do Forqueta e do rio Fão, famílias provenientes de Garibaldi instalam-se no que hoje é Marques de Souza e no decorrer dos anos foram se mudando para centros urbanos como conhecemos hoje ou mantiveram suas raízes nestas localidades. Os imigrantes italianos ocupavam preferencialmente terras com características montanhosas. Entre estas famílias podemos citar Gottardi, Battisti, Baptisti, Mantelli, Zenatti, Bergonsi, Bortelli, Tomazi, Tarelli, Orlandi. Em Pouso Novo entre as primeiras famílias imigrantes estavam Bianchini, Mariani, Paludo, Bonacina, Lizzi, Bortolin, Cella, Baiocco, sendo a maioria vinda de Garibaldi e Colônia Guaporé. Em Arroio do Meio, segundo o livro Arroio do Meio entre Rios e Povos, Marcos Rogerio Kreutz, Patricia Schneirder, Neli Terezinha Machado, Paula Dresch Santos, Fernanda Schneider, no território de Arroio do Meio, imigrantes se instalam em Palmas, como foi com Natali Scartezini em 1895.

    O Alto Taquari

    Postagens Relacionadas

    Cérebro pode ter uma “rede do espírito natalino”

    24 de dezembro de 2025

    Governo do Estado estabelece obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para produtores rurais a partir de 5 de janeiro

    20 de dezembro de 2025

    Fitoterapeuta de Arroio do Meio lança livro sobre uso seguro de plantas medicinais

    7 de dezembro de 2025

    Nilda: uma história de empatia, amor e resiliência

    5 de dezembro de 2025
    Não perca

    Relógio quase centenário e o som do badalar dos sinos da igreja testemunharam o nascimento de Marques de Souza

    27 de dezembro de 2025

    Há algumas décadas quem mora na área central ou, onde a vista alcança a torre…

    Programação especial celebra 30 anos de história e conquistas

    27 de dezembro de 2025

    Arroio do Meio abre licitação para infraestrutura e construção de 294 moradias da Defesa Civil

    26 de dezembro de 2025

    Verão deve ter chuvas dentro da normalidade e calor acima da média

    25 de dezembro de 2025
    Manter contato
    • Facebook
    • Instagram
    Nossas Escolhas

    Relógio quase centenário e o som do badalar dos sinos da igreja testemunharam o nascimento de Marques de Souza

    27 de dezembro de 2025

    Programação especial celebra 30 anos de história e conquistas

    27 de dezembro de 2025

    Arroio do Meio abre licitação para infraestrutura e construção de 294 moradias da Defesa Civil

    26 de dezembro de 2025

    FAÇA SUA ASSINATURA

    Faça sua assinatura e receba semanalmente o seu Jornal O Alto Taquari no conforto de sua casa ou empresa.

    Sobre nós
    Sobre nós

    Fundado em 1967, o jornal O Alto Taquari, desde o princípio, teve um enfoque comunitário, dando espaço e repercussão para iniciativas e fatos do cotidiano dos municípios de atuação.

    Desde os anos 80, o periódico está sob a coordenação e direção de Isoldi Bruxel. Neste período, o jornal acompanhou as mudanças que ocorrem em âmbito regional, nacional e até mesmo mundial, principalmente em termos de tecnologia e empreendedorismo, que influenciaram as relações e ambientes sociais, econômicos e culturais.

    Nossas Escolhas

    Relógio quase centenário e o som do badalar dos sinos da igreja testemunharam o nascimento de Marques de Souza

    27 de dezembro de 2025

    Programação especial celebra 30 anos de história e conquistas

    27 de dezembro de 2025

    Arroio do Meio abre licitação para infraestrutura e construção de 294 moradias da Defesa Civil

    26 de dezembro de 2025

    Verão deve ter chuvas dentro da normalidade e calor acima da média

    25 de dezembro de 2025
    INFORMAÇÕES GERAIS

    Pérola Editora Jornalística Ltda.
    Diretora/editora: Isoldi Bruxel
    Impressão: Gráfica UMA
    Periodicidade: semanário com circulação às sextas-feiras
    Área de abrangência: Arroio do Meio, Capitão, Travesseiro, Pouso Novo e Marques de Souza

    Rua Dr. João Carlos Machado, 775, 2º piso
    Caixa Postal 67 – Arroio do Meio – RS
    CEP 95940-000
    Telefone: 51 3716 1291
    E-mail: jornal@oaltotaquari.com.br

    O Alto Taquari
    Facebook Instagram WhatsApp
    © 2025 Todos os Direitos Reservados ao Jornal O Alto Taquari. Por Drops Criativa.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.