A diretora executiva da Brasrede, Raquel Schwambach, assumiu na última semana, no dia 11 de dezembro, a presidência da InternetSul, entidade que representa o setor de provedores de internet do Rio Grande do Sul. Ela sucede a gestão anterior, da qual já fazia parte como vice-presidente, e estará à frente da entidade no biênio 2026/2027, com início oficial do mandato em 1º de janeiro.
Raquel destaca que o novo ciclo será marcado por grandes desafios. Segundo ela, o mercado de telecomunicações já se encontra consolidado e não vive mais um período de expansão, o que torna cada vez mais oneroso manter uma empresa do setor. A nova realidade exige planejamento, eficiência e gestão rigorosa para garantir a sustentabilidade dos negócios.
Entre os principais pontos de atenção da nova gestão está o impacto da reforma tributária, que trará mudanças significativas na carga de impostos pagos pelas empresas, afetando todos os segmentos do mercado. Além disso, a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem se tornado mais exigente, com aumento das demandas regulatórias.
Outro fator que preocupa o setor é o endurecimento das regras para o compartilhamento de infraestrutura com as concessionárias de energia, especialmente no uso do posteamento, que deverá passar por uma regulação mais rigorosa. Soma-se a isso a exigência de repasse de dados à Dataprev, incluindo número de clientes e endereços, integrando informações entre diferentes órgãos governamentais.
Raquel explica que o cruzamento de dados faz parte de um movimento mais amplo de gestão pública, no qual o acesso à internet passa a indicar padrões de consumo e perfil socioeconômico dos usuários, impactando inclusive políticas sociais. “Todos os órgãos estão se ajustando e captando dados para melhorar a gestão, e isso exige das empresas ainda mais organização e responsabilidade”, ressalta.
A presidente reforça que os próximos dois anos serão de muito trabalho sério, com foco na gestão empresarial. Para ela, empresas que não se regularizarem, não estudarem sua carga tributária e não ajustarem seus processos às exigências do mercado terão dificuldades para se manter. “Quem não souber administrar e fazer gestão não terá espaço no mercado”, afirma.


