Passou o Carnaval, se foram os jogos da Copa do Mundo verde-amarela e as mais disputadas eleições dos últimos anos terminaram no domingo à noite. Então já é hora do país voltar ao normal, certo? Errado! O final do ano bate às portas. Afinal, já é hora mesmo de uma folguinha, concordam? Gastamos muita energia e com paciência de monge suportamos a todo tipo de provocação, mentiras e promessas.
Não vejo a hora de chegar o Natal, a festa que, ao lado do Ano Novo, faz os mais furiosos inimigos desejarem “tudo de bom” aos desafetos. Até as brigas de família perdem espaço, soterradas por presentes, superadas pelo peru com farofa, figo e pêssego antecedidos pela sobremesa de mousse de maracujá.
Em seguida vem a ressaca, espantada pela perspectiva de curtir praia, sol e congestionamentos em todas as rodovias, avenidas e ruas deste Brasilzão. O 13º salário, ansiosamente aguardado para saldar as dívidas e para começar uma poupança, vira motivos de festa no shopping ou através de um pacote turístico. As cálidas águas do Nordeste e do Caribe estendem seus irresistíveis braços fazendo do pagamento extra motivo de mais dívidas a médio prazo. Fazer o que?
Quem nunca acordou jurando que mudaria de vida? Quase 95% não mantêm a promessa por mais de uma semana. Idêntico às tentativas de emagrecer, buscar a desejada reeducação alimentar, praticar esportes, parar de fumar… A rotina parece algo prosaico. Mas dificilmente se consegue superar o cotidiano. Nosso organismo, pelo comportamento condicionado – e teimoso – insiste em transformar nossa vida numa tediosa repetição.
Que fim levou a revolta que lotou as ruas no ano passado e assustou a todos?
Reclamar da vida, de tudo e de todos. Certamente o prezado (a) leitor (a) se identifica com este comportamento. Foi o que aconteceu no ano passado quando até os conservadores participaram da marcha que invadiu as ruas. Contra o que, mesmo, estávamos protestando? Lembrei disso enquanto assistia à apuração dos votos no domingo à noite.
A legião de revoltados se esvaiu, evaporou, se transformou no batalhão de conformados comprovando que no Brasil se fala muito – principalmente nas “redes sociais” – num exercício de verborragia incapaz de se transformar em ações concretas.
Eu, integralmente da esquecida classe média, continuarei a trabalhar quatro meses por ano apenas para pagar impostos. Temo pelo noticiário dos próximos dias porque muito se fala em “medias amargas e impopulares” para recolocar a economia do país nos eixos. Vamos torcer!
Enquanto isso, conheça um pouco mais deste inquieto jornalista no link www.coletiva.net/site/index.php; E veja como um guri da colônia conseguiu se formar em Jornalismo e “conversar” semanalmente com centenas de amigos.

