A educação está na raiz das principais mazelas do país. Apesar da promessa da Presidente Dilma Rousseff na noite da conquista do segundo mandato, o ministério que trata do assunto perdeu o titular que nem esquentou o lugar. Além disso, a substituição demorou uma semana, o que demonstra uma prática diferente do discurso.
Um investimento maciço em educação reduziria os efeitos do flagelo das drogas, por exemplo. A implantação de turno integral é uma medida fundamental porque mantém crianças e jovens ocupados num ambiente construtivo, longe das tentações. É claro que isso significa uma enorme despesa para a contratação de professoras, funcionários, mudanças estruturais em escolas e construção de novos prédios. Mas levaria à economia no combate ao tráfego, manutenção de presos e no tratamento de dependentes de drogas.
Gastos maiores em educação representariam, ainda, melhoria da mão de obra para enfrentar o mercado de trabalho. Acarretaria, também, uma nova mentalidade do trabalhador que investiria em qualificação através de cursos gratuitos, longe da tentação dos paternais benefícios como seguro-desemprego, fundo de garantia e outros.
Com a crise, novamente o futuro do Brasil e do Estado ficarão em segundo plano
A modernização dos professores e da grade curricular traria avanços na saúde, a partir de hábitos mais saudáveis. Isso refletiria numa folga do orçamento desta área, insuficiente para atender as demandas que resultam em filas dos hospitais e postos de saúde. Sem falar na falta de medicamentos e na escassez de leitos. Os cuidados, desde a gravidez, trariam indicadores de saúde mais próximos do desejável.
Ao contrário do que possa parecer, melhorias na educação não passam apenas pelo pagamento de salários dignos. Há poucos dias uma jovem professora municipal de Canoas foi agredida pela mãe de um aluno que chegou atrasado. Arrastada pelos cabelos, ela não revidou. E denunciou que agressões são rotineiras.
A prioridade em favor da educação caiu em descrédito pela banalização do discurso. Durante o período de aparente opulência não houve inteligência para executar os projetos. Agora, com a crise que assola União e Estados, a desculpa é de que faltam recursos.
Nunca antes na história da educação o tema sofreu tamanho abandono. A ostentação da época de fartura deu lugar a previsões sombrias. E novamente o futuro do Brasil e do Rio Grande do Sul ficarão em segundo plano.

