O governador do Estado, Tarso Genro, demonstra até um surpreendente interesse pela agricultura familiar da região do Vale do Taquari. Pois, no curto espaço de duas semanas, ele veio na abertura da Agroind, no dia 13, em Lajeado, e tem agendada a próxima visita, na segunda-feira, 25, ao município de Sério, para uma programação que inclui o lançamento do Plano Safra 2011/2012.
O governante do Estado fará o anúncio da destinação de significativos recursos financeiros para o custeio e os investimentos nas principais e tradicionais culturas. Mesmo que não se tenha ainda a informação definitiva quanto ao volume de dinheiro público que o Estado destinará para o apoio à produção primária, é bom saber que quem pode ou precisa terá uma forma de obter subsídios para as atividades no campo. E não podemos deixar de mencionar que o governo federal manterá as suas linhas de crédito e com recursos acrescidos, em relação à safra anterior.
O que nunca é demais lembrar e frisar é que o produtor rural precisa continuar agindo com cautela, pois o vulto chamado de endividamento ou inadimplência está mais forte do que nunca e já atinge a um número assustador de pequenos agricultores que ao longo dos anos foram atraídos por facilidades. Enquanto a produção agropecuária seguir o modelo em que os fatos acontecem de improviso, sem garantias de preços e de comercialização, todos os procedimentos correm o risco de resultados não satisfatórios e de consequências desastradas.
Arroz para ração animal
Lembro que há alguns anos foi muito questionado e criticado o fato de alguns produtores rurais utilizarem o trigo para ração ou trato animal, em razão de seu baixo preço. O preço do trigo não podia competir com a cotação do milho e por este motivo, ao invés dos agricultores entregarem o cereal às indústrias de farinha, o aproveitavam na fabricação de rações para os rebanhos.
Sabe-se que agora o Ministério da Agricultura decidiu liberar a utilização do arroz para a composição de rações para animais. À primeira vista nos parece um renovado absurdo, porém, neste caso já são dois ou mais segmentos que se beneficiam com a medida. Os produtores de arroz que não tinham uma valorização e nenhum estímulo adequado para o alimento, as fábricas de rações que substituem o milho, até então matéria-prima, por um produto de bem menor preço e, consequentemente, o produtor que utiliza a ração, barateia o custo de produção de seus rebanhos.
Não está em jogo apenas o interesse econômico dessas atividades produtivas. Mas ficamos em uma dependência muito acentuada de importações, em primeiro lugar do trigo cuja maior fatia do consumo vem de fora e daqui a pouco também o arroz terá que ser comprado no exterior. A nossa segurança ou autonomia alimentar está comprometida.
Colono e Motorista
Ano após ano o colono está se transformando em um personagem mais raro, sumindo aos poucos, sem que diminua a sua dignidade, a sua importância para o desenvolvimento do país. Ao contrário, o número de motoristas tem se multiplicado e os seus desafios, no exercício da profissão ficam cada vez maiores.
Parabéns a estas duas nobres e respeitadas categorias de trabalhadores, cujo valor e reconhecimento não são equivalentes ao que realizam no seu cotidiano.