A cada escândalo com dinheiro público tento imaginar o ânimo dos pequenos empresários que geram emprego, renda e desenvolvimento. Achacados por taxas, impostos e leis sociais escorchantes que inibem a criação de vagas no mercado de trabalho, estes abnegados precisam provar diariamente que são honestos. E sobrevivem com recursos próprios, sem favores, jeitinhos e lobistas.
É revoltante vislumbrar ministros – e a própria Presidente Dilma – ao falar no Jornal Nacional jurando seriedade para sanear o país diante de uma inflação galopante. Ao contrário do discurso, eles criam ministérios, cargos e estruturas inoperantes, liberam cartões corporativos que permitem absurdos sem explicações.
Para o cidadão comum, cada dia é um desafio que inclui reduzir o consumo de energia elétrica, por exemplo, que em algumas capitais bateu em 72%. Os empresários sérios, que acompanham suas contas na ponta do lápis, lutam contra a burocracia para abrir ou fechar seus negócios. Dependem de intermediários para tentar agilizar os procedimentos legais, sob pena de penalizações, multas e punições de todo tipo.
O desaquecimento da economia apenas começou, dizem os especialistas.
Fui ao shopping com meus filhos na semana passada. Fiquei estarrecido com a quantidade de lojas desativadas. Comentei o fato com a gerente de uma rede que vende calçados.
Inúmeros comerciantes sobrevivem honestamente… apesar do governo
– Até agosto/setembro as coisas vão piorar, e muito. O clima era de desânimo, mas agora é de pavor – confidenciou-me no alto de seus 25 anos de experiência no negócio.
Sem emprego, o dinheiro não gira. Não irriga os cofres dos lojistas que por sua vez demitem para sobreviver. Na área rural, as revendas de veículos e de maquinas agrícolas ficam às moscas, empobrecendo a todos, criando um clima de tensão que se espalha pelo país.
Aqui em Arroio do Meio sou cliente de várias lojas. Como a Via Esporte, que mantém um atendimento ágil de vendedores bem treinados. No ramo alimentício, conheci o Bettio’s Restaurante e Pizzaria e fiquei surpreso pela qualidade e variedade dos pratos (principalmente carnes) oferecidos.
Em termos de pizza, não abro mão dos produtos comercializados por Eduardo Kuhn, proprietário da Pizzas do Edo, brabo comerciante de Rui Barbosa. Ele entrega os pedidos em casa. Minha mãe, dona Gerti, não exagerou nos elogios!
Tomara que estes três comerciantes – da Via Esporte, do Bettio’s e o Edo Kuhn – sobrevivam a este quadro desanimador. Porque são honestos, trabalhadores e geram empregos. Apesar do governo…

