Vale do Taquari – Demorou, mas o calor chegou. Temperaturas perto dos 40°c e energia elétrica cara para o uso de ar condicionado estimulam a busca por locais em meio a natureza e perto da água. O que, para muitos, torna o verão a melhor estação do ano.
Banhos de piscina, arroio, rio, lagos e mar, natação. Caminhadas, trilhas ecológicas e passeios de bicicleta. Slack line, rapel, pêndulo e escaladas. Navegar de caiaque, bote, barco, jet-ski e lancha. Surf e stand-up. Todas são atividades cuja procura cresce na alta temporada – período em que a maioria das pessoas está de férias.
A microrregião tem uma infinidade de pontos turísticos, incluindo balneários, centros de lazer e clubes. Áreas propícias para lazer e banho a poucos quilômetros das principais cidades e distritos. Grande parte possui infraestrutura completa, com estacionamento, churrasqueiras e vestuário, além da comercialização de lanches e bebidas.
Primeiro fim de semana com movimento
Em decorrência das chuvas registradas entre outubro e início de janeiro, os proprietários de campings registraram uma diminuição drástica na movimentação de público. Esta já é considerada a pior temporada na média histórica.
Apesar da tendência de predominância de tempo seco, ensolarado e quente, até o fim de janeiro o calendário não é favorável. Como o feriadão de Carnaval ocorre em três semanas e o retorno às aulas na semana seguinte, sobra menos de um mês de alta temporada.
Proprietários de um camping em Linha Perau, Germano Eldo Hepp, 69 anos e o filho Marco André Hepp, 47 anos, comentam que o efeito do El Niño, tornando os meses de outubro e novembro chuvosos e frios, afastou os veranistas. “Geralmente o forte era até a virada, os meses seguintes eram complemento. Teremos sorte se empatarmos com as despesas. Em termos de público, este ano está pior que 2010, quando ocorreu a enxurrada”, revelam.
O proprietário do camping Riacho Doce, José Cristiano Rieth, 57 anos, avalia que depois da enxurrada de 2010, o público ficou receoso com dias chuvosos. “Tendo movimento ou não, a nossa despesa, incluindo impostos e serviços de paisagismo, é a mesma […] Como o calor só começou agora, a tendência é de que o verão termine mais tarde. Se estiver quente, vamos manter o camping aberto até abril”, atribui. A promoção de jantas e de jogos de futebol ajudou a família Rieth a atrair o público.
Os responsáveis pelo camping da Pedra, Astor Fuchs, 59 anos, e Roberto Giovanella, 33 anos, usaram a estratégia de ceder o espaço social para festas particulares como forma de lucrar durante o período de chuvas. “A média de público caiu para 30%. Nem para o tradicional churrasco de domingo os campings foram procurados. O campeonato intercamping também ajudou. Mas desde que o tempo começou a ficar firme, o movimento está intenso, inclusive em dias de semana. O público é local, regional, estadual, nacional e internacional. A água limpa é um diferencial”, ressalvam. As atividades devem se estender até maio.
Natural de Pouso Novo, a família Muttoni aproveitou o calor para se refrescar nas águas do arroio Forqueta. Anualmente, os irmãos que estão radicados em Fontoura Xavier, Goiás e Minas Gerais, vêm para o tradicional encontro, que ocorre em Picada May. A opção pelo local se dá por características como a temperatura agradável da água, a exposição solar do arroio Forqueta e os locais de sombra.
Potencial para ecoturismo de aventura
O proprietário e coordenador da Off Aventura, Brian Dias, 30 anos, ressalta as características geográficas da região para o ecoturismo de aventura. Segundo ele, há uma infinidade de opções de roteiros por meio de trilhas, rios, arroios, montanhas, cascatas e cachoeiras.
Com dois anos de atividades, a empresa realiza rapel, pêndulo, trilhas e rafting, além de dar instruções sobre escaladas. A equipe conta com sete instrutores treinados para oferecer o máximo de segurança aos participantes. Todos têm o curso de rapel e a NR35 de Segurança nas Alturas.
“É algo diferente para quem trabalha conectado. As atividades na natureza ajudam a desligar. Além disso, o ecoturismo de aventura ajuda a superar limites e o medo”, argumenta.
Conforme Dias, a procura pelo ecoturismo está em crescimento e abrange o público jovem, adultos e idosos. A agência possuiu uma agenda fixa e também atende grupos específicos. Os pacotes para os roteiros saem a partir de R$ 40, com material e equipamentos inclusos, água e alimentação.