Se fosse vivo, no sábado passado, o poeta Mario Quintana teria completado 105 anos. Como forma de comemoração, aqui vão alguns dos seus poemas.
“Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.”
“Quantas vezes a gente, em busca de ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz
Em vão, por toda a parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz.”
“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.”
“Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente…”
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”
“A alma é essa coisa que pergunta se a alma existe.”
“Autodidata é um ignorante por conta própria.”
“Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove não poderão ir para o céu. Lá faz sempre bom tempo.”
“Quando guri, eu tinha de me calar à mesa. Só as pessoas grandes falavam. Agora, depois de adulto, tenho de ficar calado para as crianças falarem.”
“O pior dos problemas da gente é que nin¬guém tem nada com isso.”
“Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também.”
“Amar é mudar a alma de casa.”
“Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”

