Com recursos provenientes do Ministério Público e do Judiciário, intermediados pelo Conselho da Comunidade de Execução Penal de Arroio do Meio, foi inaugurada na terça-feira (07) uma nova sala junto ao Presídio Estadual de Arroio do Meio. O projeto de construção ficou a cargo das prefeituras pertencentes à Comarca de Arroio do Meio. O novo espaço multiuso, que contou com mão de obra carcerária, será utilizado como sala de aula para os apenados e para a realização de reuniões entre direção do presídio e Conselho da Comunidade de Execução Penal. O custo da obra foi de R$ 54 mil.
As novas instalações contemplam ainda um banheiro e um alojamento exclusivo para as agentes que trabalham no local possibilitando maior privacidade. Os recursos são provenientes de multas aplicadas pelo Judiciário e Ministério Público. Entre os presentes, autoridades municipais, representantes do Conselho da Comunidade de Execução Penal da Comarca de Arroio do Meio, do Judiciário, da Susepe, da imprensa e comunidade em geral.
A presidente do Conselho da Comunidade de Execução Penal da Comarca de Arroio do Meio, Márcia G. Lorenzon, agradeceu o apoio de todos os envolvidos e parceiros que se empenharam desde o início do projeto até a conclusão da obra. Referiu-se ao espaço como resultado de uma comunidade que acredita na recuperação e ressocialização do apenado. “Investir no ser humano ainda é a melhor saída”, enfatiza.
O delegado penitenciário da 8ª Região, Bruno Carlos Pereira, agradeceu a comunidade de Arroio do Meio pela entrega do espaço dizendo que a Susepe, nas condições atuais, não teria condições de construir uma obra desse porte. “Vocês aqui realizam um trabalho diferenciado”, observa.
Elogiou o trabalho realizado pela Comunidade de Execução Penal da Comarca de Arroio do Meio, órgãos públicos e comunidade que realizam ações voltadas ao sistema carcerário e em prol da recuperação do indivíduo, que precisa de oportunidade para a ressocialização. Disse que o problema carcerário e o indivíduo são problemas não só do Estado, mas sim de toda a sociedade. “Com uma estrutura adequada e meios para a recuperação o preso vai sair melhor”, fala.
O juiz João Regert apontou a origem dos recursos utilizados na obra, que foi motivo de críticas de um representante da comunidade de Arroio do Meio que defendia a implantação dos valores em outras áreas. Nesse sentido, lembrou que em 2016 o Judiciário destinou recursos para outras instituições a exemplo da Brigada Militar e Amam.
Sobre a criminalidade, falou da sensação de insegurança vivida em todo o Brasil e da importância de ações voltadas às instituições penitenciárias como a de Arroio do Meio, que tem a função de ressocialização, inviável em presídios maiores. Citou o aumento da criminalidade e o encarceramento de indivíduos que, ao contrário do que se espera, entram para o sistema prisional e saem mais perigosas em razão de um sistema que não atende as necessidades básicas de recuperação. “O sujeito ingressa no sistema e faz faculdade para o crime. Se obriga a se associar a uma ou outra facção criminosa e sai do sistema pior do que entrou. Precisamos romper o círculo vicioso”, explicou.


