O contador Guilherme Compagnoni, 31 anos, é um dos primeiros pouso-novenses nascidos no município emancipado, há 32 anos. Ele é um dos três filhos de Renato Compagnoni, que dirigem a principal indústria do município, a Monza Embalagens,
Guilherme teve o privilégio de crescer numa cidade tranquila tendo uma infância muito divertida. Juntamente com os amigos e vizinhos, compartilhou de momentos especiais, como brincadeiras de carrinho, bolita, taco e muito futebol, tanto nos finais de tarde do verão, quanto aos sábados e domingos.
O fato de seus pais terem sido patrões do CTG Tropilhas da Serra, proporcionou a ele e a seus irmãos, o envolvimento em invernadas artísticas e outras atividades da cultura gaúcha. Seu pai também foi presidente do Sport Club Independente, time de futebol do Centro, então pode acompanhar os jogos e eventos esportivos.
Por serem três irmãos, a residência dos Compagnoni era agitada. O pátio era ponto de encontro de jovens para jogar bola e andar de bicicleta.
No colégio, Guilherme sempre se dava bem com colegas e professores. Numas disciplinas, como matemática e geografia, o desempenho era melhor, noutras, nem tanto. “Era uma turma de 32 alunos, sempre bem alegre e eu não gostava de faltar”.
Aos 13 anos começou a ajudar na serraria do pai por meio turno. “O lado empreendedor, acho que veio da família mesmo. Meu pai sempre teve negócio próprio e sempre foi de arriscar a fazer o negócio acontecer, isso me motivou e motiva sempre a buscar melhorar tanto na parte profissional quanto na pessoal”, revela.
Através de amigas, conheceu sua namorada, Gabriela Laste, hoje esposa e mãe da sua filha, Giovana de dois anos. “Moramos em Lajeado, pois ela trabalha na Univates, então foi a forma que conseguimos para conciliar os dois trabalhos”.
Na juventude e início da vida adulta, sempre esteve envolvido no trabalho voluntário, tanto no CTG, como no esporte, grupo de jovens, paróquia e festas comunitárias. “Sempre gostei de ajudar da melhor forma possível nosso município”.
Hoje, atua integralmente na serraria, inclusive aos sábados. Ainda frequenta alguns jogos durante a semana no ginásio do Centro, mas cada vez há menos jovens permanecendo no município, o que dificulta a realização dos mesmos.
Para ele, trabalhar em família tem muitas vantagens, mas muito compromisso também, além de algumas divergências. “Sempre chegamos a um acordo. Se o negócio está difícil todos sofremos juntos, mas sempre é mais fácil de resolver e sair da crise. Essa mesma crise que veio de 2015 pra cá, fazendo a economia alavancar aos poucos. infelizmente os governos anteriores preferiram fazer festa (Copa do Mundo e Olimpíadas) do que investir em melhorias pra sua população. Já a economia municipal sempre esteve mais ligada ao agro (chiqueiros e aviários), porém, como os jovens foram saindo aos poucos diminui essa fonte de renda. Hoje vejo uma grande oportunidade nas pequenas indústrias de alimentos e vejo que, neste sentido, a prefeitura deve atuar, para que o pequeno agricultor agregue renda, e aproveitar que estamos na beira da BR 386, uma das mais movimentadas do RS. Agora, com a nova hidrelétrica, acredito que o município vai atrair novos empreendimentos na cidade, mas precisa de incentivos para acompanhamentos como a Emater/RS-Ascar. E também pode-se aproveitar o turismo e a agronomia. Às vezes a população precisa arriscar mais e colher os frutos mais à frente”, dimensiona.
A Monza Embalagens, é uma empresa de base florestal, que atua na industrialização e comercialização de pallets e também de biomassas, como o cavaco e a serragem. Um dos destaques vai para a conquista da certificação na Associação Brasileira de Paletts (Abrapal) que dá as condições para a fabricação do modelo PBR de alta durabilidade, de dupla face e do OneWay, linha descartável geralmente direcionada à exportação. Entre os clientes estão abatedouros e frigoríficos de todo o RS e multinacionais da Ásia.


