Encerra às 22h desta sexta-feira a votação na audiência pública Brasil Participativo. Cada contribuinte pode votar em três propostas. Em âmbito nacional foram protocoladas 6438 opções em 90 programas diferentes, envolvendo os 37 ministérios do Governo Federal.
As entidades de classe dos setores produtivos do Vale do Taquari defendem quatro propostas: ampliação da Ferrovia Norte/Sul de Chapecó/SC a Passo Fundo/RS; incentivo às cooperativas agroindustriais que valorizam a agricultura familiar e a produção com segurança alimentar; produção de energia a partir de dejetos/resíduos da produção primária e agroindústrias; e estudos para investimentos em hidrovias.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Arroio do Meio (Acisam), Adelar Steffler, destaca a necessidade de suporte a sustentabilidade econômica do Vale do Taquari, que envolvem indústrias, cooperativas familiares e pequenas propriedades. “Temos muitas outras necessidades, mas não podemos ter tudo”.
Steffler é o criador da proposta que busca um terminal ferroviário no Planalto Médio Gaúcho na ferrovia Norte/Sul, que interliga Chapecó/SC a outras região do Brasil, com trilhos mais largos e vagões mais rápidos. “Precisamos de terminais em pontos estratégicos, que permitirão o abastecimento e distribuição. Assim como incentivos a cooperativas que valorizam a produção familiar e alternativas de energia sustentável. Entendemos que o Governo Federal pode realizar pelo menos um estudo de viabilidade de navegação, para que o custo não seja rateado entre os municípios”.
Adelar faz um apelo para que empresários e líderes engajem seus colaboradores e comunidade, para que todas as famílias possam colaborar com votos, uma vez que o Vale do Taquari não tem representantes diretos no Congresso Nacional. “Não leva três minutos para logar e votar”.
MUDANÇA DE VISÃO LOGÍSTICA REGIONAL
O vice-presidente de Relações Institucionais da Acil e conselheiro da Farsul, Oreno Ardêmio Heineck, revela que a comissão de finanças da AL/RS promoveu audiências públicas preliminares em seis regiões do RS. No Vale do Taquari o encontro ocorreu no dia 06 em Encantado. Heineck lamentou a falta de prefeitos e de 18 entidades da região. “A duplicação da BR-386 só entrou no radar do governo Dilma e no Programa de Aceleração do Crescimento (Pac I) em decorrência das audiências públicas. Estão previstas em lei para ocorrerem até 1º de agosto, pois integram a elaboração do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias dos próximos quatros anos e os respectivos orçamentos anuais. No próximo sábado ocorre uma grande audiência no auditório Dante Barroni da AL/RS com mediação da Secretaria Geral da Presidência da República e no dia 18 uma audiência nacional com o presidente Lula, que lançou o PAC três para ferrovias, hidrovias e aeroportos. Os investimentos em infraestrutura sempre foram vitais para região e não podemos negar o futuro”.
Heineck destaca que a região tem uma nova visão logística ferroviária e hidroviária. “Por omissão recente, ficamos sem conexão na ferrovia Norte/Sul que permitirá com que caminhões façam até três cargas num dia, diminuindo a necessidade de deslocamentos de 3 mil km […] representantes do turismo local, defenderam que a próxima concessão ferrovia regional tenha mais viagens do Trem dos Vales e subsídios para hotéis e restaurantes ao longo da Ferrovia do Trigo”, comentou.
Ardêmio reconheceu que transporte de grãos em hidrovias é inviável, pois gera muitas quebras técnicas nos trasbordos que tem custos operacionais elevados, além do Porto Estrela estar sucateado. Segundo ele, as dragagens em leitos assoreados por cascalhos tem ineficiência comprovada na navegação e a região convide com estiagens no verão que prejudicam a navegabilidade. “São necessárias eclusas mais modernas para passagem de embarcações mais largas para trazer pinus Uruguai para indústria moveleira e o arroz para descascar e levar para Passo Fundo, além de conectar derivados de proteína animal, balas e refrigerantes para todo o Merco Sul e Brasil.
O apoio do Governo Federal ao segmento de proteína animal é considerado vital para rentabilidade de mais 50 mil famílias, assim como a necessidade de incentivos para produção de energias sustentáveis e capacitação da mão de obra de uma forma sistemática.


