
Participei na semana passada, de importante audiência pública, promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, em Lajeado, sobre o tema: Eventos Climáticos e Educação.
Os dois temas são muito complexos e por isso mesmo precisam ser pensados não só por Secretarias de Educação, escolas, mas um time de profissionais, de órgãos públicos, de instituições, de apoiadores, pensadores, enfim, um grupo de pessoas juntas pensando sempre torna-se mais forte.
A pergunta não é mais se vai ter algum evento climático severo, a questão volta-se para quando isso vai ocorrer. Já sabemos que a incidência no Vale do Taquari será intensa e com frequência. Então fica a reflexão e a tomada urgente de posicionamentos e ação: estamos nos preparando e de que forma? E mais, é fato, que vamos ter que conviver com isso.
Reconstruir o que foi destruído está sendo uma ação, mas tem que reconstruir de uma forma diferente. Espaços adaptados, materiais diferentes, todo um estudo para haver essa mudança. A educação tem que ser parte da solução.
Mas só isso não basta. Precisamos ter escolas resilientes. Por que pode não ter vindo a enchente agora numa escola, mas e no futuro? Resiliente na infraestrutura, por exemplo, muito calor: mais sombreamento; muito vento: ver a questão do telhado. Nessa questão entram os planos de contingência propostos pelo governo do estado. São planos de prevenção, estratégias que visam sempre a segurança e bem-estar da comunidade escolar. Plano de contingência é saber o que fazer, quem faz, o que faz. É ter planejamento. Os países que enfrentam furacões ou outros eventos climáticos têm treinamentos em caso de intempéries da natureza.
Isso também não basta. Um currículo adaptado se faz necessário, voltado para as competências socioemocionais. Que leva em consideração a saúde mental. E não estou falando nenhum absurdo. Basta começar a chover para muitos de nossos alunos entrarem em pânico. Muito se acolheu quem perdeu tudo nessas enchentes que houve. A escola tem os círculos de paz, a escuta ativa para tentar entender, curar as feridas, fazer voltar a ter sonhos.
Saibam, leitores que a emergência, seja ela climática ou de qualquer natureza, é uma oportunidade, e se viu que podemos depois de uma pandemia, de uma enchente. A escola não parou e mais, é um organizador social, por isso também queremos e estamos investindo em protagonismo dos jovens estudantes. Um jovem que saiba se adaptar ao meio ambiente e propor soluções. Não é o meio ambiente que se adapta a nós. Temos que cuidar do nosso Planeta. E urgente.
De suma o que a escola pública está fazendo: diagnosticando a rede e o risco , investindo em escolas resilientes, engajando estudantes ao protagonismo, planos de contingência, adaptando, por exemplo, calendários escolares, recuperando rapidamente as trajetórias de aprendizagem e na adaptação curricular, com ênfase ao socioemocional.