O mundo está repleto de fenômenos místicos que cativam a imaginação humana. Dentre eles um dos números mais poderosos da numerologia é o 7777, que se destaca como um símbolo particularmente poderoso e transformador, associado à sabedoria e ao alinhamento com o propósito de vida. Ele pode ser um número de anjo indicando estar no caminho para descobrir sua verdadeira vocação e uma conexão mais profunda com o próprio universo…
Na próxima segunda-feira, 20, Décio Fuchs, morador de Travesseiro, completa 77 anos. Sua esposa, Araci, completou seus 77 anos, no mês de maio, ou seja, o casal tem uma profunda relação com tal número.
Décio e Araci iniciaram uma vida juntos no ano de 1971, ao abraçar o matrimônio e permanecer residindo em Travesseiro. Desde então, seguem escrevendo a própria história da qual hoje fazem parte os filhos e cinco netos que deram um novo sentido à vida do casal: Bianca, Vanda, Maurício, Pietro e Olívia.
A propriedade de 11 hectares na qual residem, pertenceu aos pais de Araci e ao longo das décadas, muita coisa mudou: a casa recebeu muitas melhorias, os móveis, serviços, a própria localidade que antes era vila, virou distrito e em 1992, emancipou-se.
Guardam belas lembranças de todas as etapas e até mesmo batalhas travadas para chegar aonde chegaram.
Os filhos trilharam seus caminhos: Daniel, hoje reside em Santa Catarina, Rosane, em Três Saltos Baixo, Astor mora em Porto Alegre e Vandoir, em Lajeado. O casal ainda se emociona ao lembrar do filho Jair, falecido em 1994 aos 22 anos, vítima de acidente de carro.
Embora hoje não exerça o ofício, Décio Fuchs, segue sendo lembrado pelos moradores mais antigos pelo trabalho de ferreiro e borracheiro, os quais desempenhou por mais de trinta anos. Profissões quase em extinção nos dias de hoje, porém, na época, essenciais para quem vivia na área urbana e principalmente no meio rural.
A propriedade era grande, muitos animais e roça. O trabalho na ferraria e borracharia, o mantinha ocupado quase que o dia todo e morando ao lado, não tinha como não atender quem viesse a noite ou fim de semana. Na primeira chamada, já estava de prontidão, sempre foi extremamente prestativo. Na medida do possível ajudava na propriedade buscando pasto para os animais. Os filhos e a esposa Araci se encarregavam de todo o serviço.
‘’Metalúrgica Fuchs, era o nome da Ferraria e Borracharia’’, disse ele. O galpão onde estava localizada, ficava no pátio da casa e hoje, o mesmo galpão guarda um pouco de tudo: produtos da colheita, insumos, ferramentas, máquinas e uma grande bagunça organizada, porém necessária. Ao lado do galpão, uma grande horta que vai quase até a beira da estrada principal, Décio e Araci cultivam um pouco de tudo, é comum passar pela estrada e vê-los capinando, semeando, bem protegidos do sol com chapéu e manga longa, completamente envolvidos com a horta. Plantam aipim, batata-doce, verduras, temperos, gostam de dar aos filhos boa parte do que produzem.
Trabalho foi algo sempre presente no dia a dia da família. Araci, apaixonada por flores, montou um orquidário com uma infinidade de espécies desta planta tão linda e exótica, surgida há milhões de anos no hemisfério Norte, que se diversificou também em diferentes formas, especialmente nas regiões tropicais e vive em perfeita harmonia com nosso clima.
A enchente de maio de 2024 fez grandes estragos no município e a água, chegou à propriedade, assustando a família, provocando estragos e quase destruindo o orquidário. “Perdi muitos delas, mas aos poucos vou criando mudas, conseguindo espécies iguais as que perdi, outras novas”, o olhar de Araci, neste momento, demonstrou uma ponta de tristeza e resiliência. “Perdemos uns 10 mil kg de aipim que havíamos plantado na área localizada do outro lado da estrada. Parte dele seria para consumo próprio, também para alimentar os animais e o restante iria para um mercado de Porto Alegre. Fazer o quê, o que o rio não arrancou, enterrou ou fez apodrecer na terra mesmo”.
Na grande casa, que é possível avistar da estrada, hoje vive apenas o casal.
O velho assoalho de madeira, chega a brilhar tamanho o capricho da dona, tudo arrumadinho, mas tem algo que encanta o olhar: violetas. Isso mesmo, ali mora uma “criadora/colecionadora” de violetas, dezenas e dezenas de vasos, cores e tamanhos.
O pátio em frente a casa deixa claro que ali residem pessoas que amam a natureza: diferentes flores, um enorme gramado (sempre aparado), folhagens e muitas árvores, frutíferas, bastante sombra, quase impossível passar pela estrada sem virar o pescoço para admirar tamanha beleza.
Décio e Araci estão prestes a completar 55 anos de casados. Seguem trabalhando, mas não como antigamente. Desfrutam da tranquilidade de viver numa cidade de interior, onde a calmaria permite ter oito gatos e deixá-los soltos, em total liberdade.
Décio dirige o próprio carro, gosta de passear por perto, onde conhece bem a estrada e tem menos movimento, se for mais longe, os filhos tomam a frente. O casal vai à praia quase todos os anos, com a família ou de excursões, com casais ou mesmo com o Clube de Mães do qual Araci faz parte há mais de quarenta anos. São sócios fundadores do Grupo de Idosos Amor Perfeito e Araci ainda participa do Apostolado da Oração. A inserção comunitária foi sempre intensa e construtiva.
Outro passatempo de Araci é o carteado. Ela se declara “viciada” num joguinho de carta.
Há mais de duas décadas, religiosamente, toda segunda-feira, ela e outras cinco amigas, se visitam e jogam canastra, a partida: dois “pila”. “Ninguém fica triste quando perde, mas quem ganha, volta pra casa bem contente”, admitiu.
Amar é cuidar, é proteger e respeitar… desta forma, a cumplicidade, a união entre o casal e apoio da família tem sido um grande aliado, o remédio que complementa o tratamento que Décio vem realizando contra o câncer, diagnosticado há algum tempo.
E que o número 7777, a união da idade deste casal tão querido, seja o sinal espiritual poderoso. A sequência é vista como uma mensagem de que a pessoa (os envolvidos), está no caminho certo, especialmente em momentos de dificuldade, é um lembrete para usar seu poder interior e estar em sintonia com o divino.

