O tecladista, gaiteiro, saxofonista, violinista e professor de música, Ivo Spohr, líder e integrante mais antigo do Barbarella, considera-se mais do que realizado profissional-mente por apostar todas as fichas no sonho de constituir uma banda de pop/rock. Ele subiu ao palco em todas as aproximadamente sete mil apresentações do conjunto em quatro décadas de história.
Ivo revela que o Barbarella fluiu naturalmente. “Era 1968, tinha 18 anos e integrava o musical Vida Alegre com meus irmãos. Desde logo tínhamos o intuito de focar nosso trabalho para o público jovem e uma de nossas inspirações era o The Fevers, grupo que também continua em atividade. Entre as canções do repertório estava a música do filme Barbarella, na época cantada por Inácio Schneiders, que veio a determinar o nome do novo conjunto. Mais tarde, em razão das constantes viagens, Lauro e Norberto Spohr voltaram para o Vida Alegre e eu e Auri tocamos o Barbarella”.
O músico conta que a dedicação durante a trajetória, que possibilitou a gravação de onze álbuns – quatro LPs e sete CDs – foi e ainda é contínua. Além de sucessos estourados nas rádios do sul do Brasil, por duas ocasiões, em 1996 e 1999, a banda recebeu o troféu Incitatos, ficando entre as melhores do Estado, ao lado de sensações como musical Impacto de Porto Alegre e Itamoné de Caxias do Sul. Em 1989 o Barbarella recebeu o prêmio Alicerce Artista do grupo Independente e em 1978 ficou em primeiro lugar no Festival de Música Regional Frempat, promovido em Arroio do Meio. De acordo com Ivo, a participação no programa Domingão do Faustão não aconteceu por detalhes. “A produção queria um Uno Mille zero por música, achamos arriscado demais”. Em 1995, o Barbarella se apresentou no Clube do Bolinha, apresentado por Edson Cury na rede Bandeirantes.
Durante esta vangloriosa histó¬ria, além das formações que marcaram cada fase, algumas parcerias bem sucedidas nas composições fo¬ram fundamentais para criação de hits que fixaram a identidade Barbarella na mente do público. Dificilmente alguém da região sul, em um dado instante de sua vida, não rendeu os seus ouvidos ao dom de letristas como Élio Luis Secchi (1º e 2º álbum), Edson Leite e Milton Kunzler (3º álbum), Alex Nunes Rodrigues (responsável pela faixa Chocolate), e recentemente a colaboração de Dom Marco, do Anjos do Hanngar, agregado ao talento e à sensibilidade musical de Ivo na produção e criação de arranjos. Atualmente a tarefa mais nobre e instigante, a criação da imagem acústica, é desenvolvida pelo vocalista Nando Rosa.
Aquele friozinho na barriga ao subir ao palco Ivo não sente mais há 20 anos. Segundo o músico, nas três primeiras músicas do show é importante sentir a forma que a plateia quer ser entretida, e optar por um set list direcionado – clássicas, pop/rock ou vaneirão. Em 2011 a banda se apresentou para mais de 255 mil pessoas, num total de 180 espetáculos. No domingo, dia 12, o Barbarella será a principal atração da festa dos 45 anos do jornal O Alto Taquari, e apresentará o show 40 Anos de Estrada, com os principais sucessos da banda, paralelamente a flashbacks de clássicos nacionais e internacionais que marcaram a trajetória do grupo, e os hits do momento.


