Parabéns, Arroio do Meio! Aliás, arroio do fundo do meu coração, se me permitem a expressão. Na próxima segunda-feira, celebraremos os 77 anos de emancipação deste município hospitaleiro e pujante. Lembro que tempos atrás meus amigos que curtiam esportes radicais seguidamente organizavam passeios ao Morro Gaúcho, para a prática de voo livre. Eu ficava apenas curtindo a paisagem, pois meus voos são bem de pé no chão, de preferência em aventuras gastronômicas. Fica então, meu reconhecimento e agradecimento aos leitores que seguidamente me enviam e-mails com sugestões ou elogios aos temas que coloco aqui de forma simples e direta.
Estou com uma crônica pronta sobre meu personagem descasado e suas aventuras de verão. Mas fiquei chocado com a notícia divulgada nesta quarta-feira do casal encontrado morto em um motel, em Bento Gonçalves. Não concordo com o termo “crime passional” porque casos assim não guardam paixão, mas algum tipo de carência, ou perigosa dependência que revela um entorno de extrema debilidade afetiva. Nada a ver com o amor e a passionalidade que inclui uma dose imensa de uma loucura sã, que nos aflige, atormenta, tira por horas a fio do prumo, mas nunca subverte valores.
Por mais estranho que possa parecer, meus romances falidos abriram portas para novas oportunidades de uma vida mais saudável e igualmente apaixonada. Dói como assistir a uma morte súbita. De repente tudo vira um vazio, uma despedida sem nexo. Mas tudo tem suas explicação e aqueles que não sabem interpretar os erros e acertos de uma relação é porque não amadureceram. E talvez nunca estejam prontos para uma relação. Assim, como se evita um amor doente? A regra básica é não permitir que as carências afetivas mal-equacionadas sejam condutoras de relações cimentadas em ilusões de que um resolverá a vidado outro. Quem se abraça nessa ilusão, mais tira do que dá.E aí, um dia a corda se rompe.