A necessidade da implantação de um núcleo regional do Instituto Geral de Perícias (IGP), está sendo estudada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, junto ao Estado. O pedido, protocolado no governo Yeda pela Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), se contemplado, vai dar mais dinâmica às perícias da comarca regional, que dependem dos institutos de Porto Alegre e Caxias do Sul. Hoje a região só conta com perícias médicas (exames de corpo de delito) e papiloscópicas (impressões digitais). O Delegado de Polícia de Arroio do Meio João Alberto Selig afirma que um núcleo regional do IGP trará resultados mais rápidos às perícias criminais, e consequentemente, menos arquivamento de inquéritos, fortalecendo as provas. “A prova pericial é mais firme que a testemunhal, que é tênua e pode ser contestada na fase judicial por advogados”. Segundo Selig, os depoimentos dependem do confrontamento com outras versões e posicionamentos, e novas percepções diante de um determinado fato podem mudar a impressão inicial de uma pessoa. Já a perícia de local (cena do crime), averiguará os rastros de maneira mais abrangente. “Todos os locais de crime tem vestígios e linguagem própria. A saliva num cigarro e fios de cabelo são elementos que identificam os envolvidos”.
O acúmulo de casos em Porto Alegre e Caxias do Sul retarda a liberação de locais e objetos de investigação, que muitas vezes são invalidados porque não há efetivo policial que garanta o isolamento até a chegada da perícia. “O tempo é inimigo das provas”. Na ótica do delegado, alguns malfeitores servem-se desta ineficiência do sistema para burlar companhias de seguro – em caso de incêndios, por exemplo. Atualmente a Polícia Civil pode nomear preliminarmente dois peritos para flagrantes, desde que sejam pessoas idôneas com curso superior.
Concurso público, estudos de viabilização (infraestrutura) e local para instalação são pré-requisitos indispensáveis para a existência de um Posto de Criminalística, na região. De acordo com o diretor da Divisão de Perícias do Interior, Antonio Figini, a demanda e a necessidade logística por si contemplariam o Vale do Taquari com uma sede regional. Figini foi favorável à implantação de núcleos em outras regiões como em Passo Fundo. “Existe planejamento neste sentido. O assunto está sendo objeto de estudo por parte do IGP junto ao Governo do Estado”, garantiu.