Que atitudes tomar para criar filhos mais felizes? De acordo com a psicóloga Ivone Brito, quem tem filhos, muitas vezes, já se questionou quanto a isso. Em alguns momentos se reconhecem nos filhos e em outros se estranham, e pensam o que podem fazer para ajudá-los a desenvolver seu potencial tornando-os pessoas saudáveis física e emocionalmente Para crescerem capazes de cuidar de si e saber tomar boas decisões, como também saber lidar com as frustrações frente uma situação adversa, a psicóloga afirma: “Uma coisa é certa, não existe formulação exata, mas o que os pais querem é que os filhos sejam felizes e para isso buscam a todo o momento informações de como educá-los.”
Criar filhos é um projeto complexo e trabalhoso que requer dos pais e cuidadores disponibilidade e muito investimento psíquico e econômico. Mas com certeza quem cuida de uma criança no futuro verá reflexos e terá a sensação que valeu a pena todo tempo dedicado, opina Ivone: “No entanto, para ocupar a função de pai ou mãe é preciso aceitar o espaço de filho para depois renunciar a ele, passando do lugar de quem é cuidado para o de quem cuida e para esse complexo processo não basta amar, é preciso expressar, tocar, transmitir afeto, mesmo quando não tenha recebido na infância. Para educar bem é preciso buscar ser uma pessoa equilibrada, capaz de tomar boas decisões e de saber lidar com as adversidades da vida.”
O que funciona quando se trata de educar crianças?
A psicóloga explica que pesquisadores comparam o que os especialistas aconselham – o que parece funcionar – e o que os pais fazem de fato. A ciência comprova que tão importante quanto demonstrar afeto é a capacidade dos adultos controlar o próprio estresse e ter bom relacionamento afetivo com o cônjuge.
Com base na Revista Mente Cérebro, de dezembro de 2010, Ivone cita um estudo realizado sobre tipos de competências na criação dos filhos, no qual pesquisadores elegem 10 competências, que produzem bons resultados na educação dos filhos relacionados em ordem de importância. Retirados de artigos científicos estão classificados de acordo com a eficiência com que prognosticam fortes ligações entre pais e filhos e com grau de felicidade, saúde e sucesso das crianças. Seguem as habilidades conforme o estudo:
1. Amor e carinho. É indispensável apoiar e aceitar os filhos, entendendo que são pessoas com ideias e gostos próprios, e respeitar essas diferenças, demonstrando afeto e usufruindo dos períodos passados juntos.
2. Administração do estresse. Praticar técnicas de relaxamento e esportes e investir na própria psicoterapia favorece a capacidade de entender melhor o que sentimos e as chances de cuidar bem das crianças.
3. Habilidades do relacionamento. Aqueles que mantêm uma relação saudável com o cônjuge ou com outras pessoas importantes em sua vida demonstram a importância de manter relações afetivas verdadeiras.
4. Incentivo à autonomia e à independência. Apesar de ser difícil para alguns pais encontrar a medida, é fundamental tratar os filhos com respeito e estimulá-los a se tornar pessoas confiantes e com iniciativa.
5. Acompanhar a aprendizagem. Ao valorizarem a curiosidade dos filhos e sua disposição para aprender, os pais lhes prestam um enorme benefício.
6. Preparação para a vida. É um ato de amor conversar com os pequenos sobre temas delicados como medo, sexo e morte em linguagem acessível, bem como prepará-los para assumir responsabilidades (a mesada é uma forma de ensiná-los a lidar com o dinheiro).
7. Atenção ao comportamento. Reforçar positivamente as boas atitudes e recorrer ao castigo somente quando outros métodos, como conversas, já falharam mais de uma vez.
8. Saúde. Bons pais propiciam um estilo de vida saudável e estimulam bons hábitos como exercícios regulares, higiene e alimentação adequados para seus filhos.
9. Espiritualidade. Apoiar o desenvolvimento da religiosidade e a prevenção da natureza, o respeito ao outro e às diferenças, evitando a disseminação de preconceitos e intolerância.
10. Segurança. É fundamental o empenho constante para proteger os filhos de situações de risco e manter-se vigilante quanto as suas atividades e amizades.