Entre os dias 20 e 22 de junho, 23 agentes penitenciários de todo o Estado e um soldado da Brigada Militar, participaram do segundo módulo do curso de Cinofilia, realizado pela superintendência da Susepe, em Arroio do Meio.
O curso, pioneiro no serviço penitenciário, foi ministrado pelo administrador da casa prisional arroio-meense e instrutor de Cinofilia, Eduardo Francisco da Silva, e o agente penitenciário Sérgio Tojal, com o apoio de donos de canis dos municípios de Teutônia e Encantado. No total são cinco módulos de 30 horas cada, que iniciaram em março e devem ser concluídos até outubro, quando ocorre a formação dos agentes cinófolos.
Conforme Eduardo, o curso dará a possibilidade ao servidor de adquirir conhecimento sobre as potencialidades dos cães. A iniciativa servirá de apoio à rotina de trabalho na utilização de cães em casas prisionais destinados à suporte na segurança. “Diferentemente do percursor de uma arma, que não pode ser revertido”, referindo ao disparo acionado pelo gatilho, “o cão após uma nova ordem, muda sua ação. O mesmo cão que num instante foi instruído a agredir, no outro aceita as carícias de seu dono”.
O delegado da 8ª Região Penitenciária, Anderson Louzado, reforça que em futuro próximo os cães serão utilizados nas revistas às visitas pessoais aliados aos detectores de metais. “Hoje quando um familiar vai ao presídio, ele precisa se despir para que seja realizada a revista de presença de entorpecentes. Com cães farejadores, esta situação muitas vezes cons¬trangedora não será mais necessária, preservando assim a dignidade das pessoas”.
Canil da Susepe: Instalação de Centro de Treinamento gera polêmica
Encerramento contou com demonstração das técnicas aprendidas durante a capacitação
Na última sessão da Câmara de Vereadores de Arroio do Meio, na qual foi aprovado o repasse de auxílio financeiro no valor de R$ 16.385,00 para custear despesas da construção do canil da Associação de Proteção aos Animais Arroio-Meenses (Apaam), vereadores afirmaram que a população das imediações do comando da Brigada Militar e do Presídio Estadual de Arroio do Meio, estaria se queixando com o barulho gerado pelos canis destes órgãos de segurança, que estão situados também na zona urbana. Os legisladores ainda revelaram que a administração do presídio estaria construindo um canil para 60 cães, vindos de toda a parte do Estado para treinamento.
Questionado sobre o episódio, o administrador da casa prisional arroio-meense confirmou a construção de um Centro de Treinamento, mas negou que a estrutura abrigaria 60 cães. Segundo ele, a nova estrutura terá espaço para 15 animais e será referência no Estado. “Cães e filhotes serão treinados e adestrados especificamente para o trabalho e assim que estiveram em condições serão levados para cidades de todo o Estado para cumprir seu dever, que é o de dar segurança à população”.
Eduardo explica que o novo canil oportunizará o manuseio correto, evitando assim o estresse que estava ocorrendo, minimizando o barulho ao máximo. “Enquanto cinco ficam na rede de contenção, outros ficarão em treinamento e haverá espaço para quarentena”. Conforme o administrador, no presídio já funciona um canil com cinco animais treinados, que auxiliam na segurança, já que o local só tem como barreira de contenção um cercado com arame farpado e está situado num bairro onde residem cerca de quatro mil pessoas. “O monitoramento com cães para segurança da população foi um apelo feito pela própria comunidade em audiência pública”.
O Presídio Estadual de Arroio do Meio, construído há cerca de 40 anos – na época longe da urbanização – é o menos tenso em compa¬ração com outras casas prisionais, por isso é o mais propício a receber o Centro de Treinamento. As raças adestradas serão pastor alemão e belga malinois (os melhores na segurança), rottweiler (pela intimidação) e labrador (pelo faro).