Hoje é o Dia do Amigo. Conheça a história de Angelica e Heinz, dois bons e felizes amigos.
Esse é o caso da coordenadora cultural da prefeitura de Arroio do Meio, Angelica Diefenthaler, 45 anos, e do marceneiro e fotógrafo Heinz Schnack, 43 anos. Os dois têm um carinho enorme um pelo outro desde 2001. Conheceram-se no antigo Centro Cultural de Arroio de Meio, instalado na extinta Escola Luterana São Paulo. Ela era coordenadora do centro e ele presidente da comunidade luterana. Da convivência quase que diária nos ambientes da Comunidade São Paulo nasceu uma amizade que o tempo só fez solidificar. Com o tempo, foram se conhecendo e pouco a pouco viraram amigos de verdade. Quando possível, aproveitavam o intervalo do final da tarde para um bom chimarrão e muito bate-papo. Sob a cumplicidade do ingazeiro, que já não existe mais, conversavam, confidenciavam e juntos, sonhavam. Cultura, arte, comportamento e relações humanas sempre foram as temáticas preferidas para as conversas. A capacidade e facilidade com que lidamos com o mundo imaginário fez dos dois grandes e bem-humorados parceiros. Foi uma fase muito boa, relembram os dois, que citam os amigos ligados ao Centro Cultural nestes primeiros anos, como especiais parceiros. É desta época a turma do Nick Bar, inspirados no bar da novela Mulheres Apaixonadas, a turma reunia-se com frequência para jantar, cantar, conversar e rir, rir muito! ‘‘Este talvez seja um dos ingredientes da nossa amizade – alegria, inspiração, alto-astral e superação. Com a gente não tem lamento, só apoteose’’, brinca Angelica.
Com Heinz morando em Lajeado e Angelica em Arroio do Meio, a internet é quem media a comunicação. Já não se encontram com tanta frequência, mas o hábito de se encontrarem para um café perdura. Amigos em comum e eventos culturais na região também garantem certa frequência nos encontros.
Admiração também está nos pilares desta amizade. Heinz diz que ela é pura inspiração. Que sua criatividade e energia parecem inesgotáveis, além da facilidade de tocar a vida e o trabalho em frente, sem esmorecer. Angelica diz que adora o jeito despojado dele, pouco preocupado com a opinião dos outros, um ser livre e convicto das suas ideias.
E neste clima de admiração, bem-querer, carinho e cumplicidade, ambos acreditam em amizade entre homem e mulher e até conceituam – ‘‘amizade é um amor sem tesão, sem desejo. É uma amizade verdadeira, baseada no respeito, na confiança, na sintonia de olhares e no compartilhamento de ideias e sonhos em comum. Acreditamos que nem sempre as pessoas entendem este tipo de relação, mas é possível e somos provas disso e também não nos preocupados com isso’’. Indagada sobre como o seu marido vê a amizade dos dois, Angelica ressalta que o ex-marido tinha ciúmes, mas o atual compreende naturalmente nossa amizade e também adora a companhia do Heinz.
Então pergunto: mas nunca rolou nada? Entre risos relembram um beijo, quando Angelica estava separada. Findado um evento, os amigos reuniram-se para relaxar e comemorar o sucesso da noite. O vinho acirrou os ânimos e um beijo foi roubado, no contexto de uma encenação, uma escrachada releitura de certa cena que acontecera durante o tal evento. “Mas o beijo não rendeu nenhum namoro, pelo contrário, foi aí que percebi que a amizade dele era bem mais valiosa do que uma suposta paixão. Estas são efêmeras, as amizades não, podem ser eternas. Optamos pela amizade e, pelo olhar consentem, não se arrependem da escolha”.
Sobre momentos difíceis, relembram que nunca brigaram, mesmo discordando, sempre se entendem. Citam o período em que o Heinz enfrentou um câncer linfático como uma fase difícil, onde mais uma vez a amizade se fortaleceu. “A Angelica sempre me acompanhou (muitas vezes zelando a distância, frisa Angelica) e manteve minha autoestima alta. Existem amigos que só querem te ver nas festas, e nestas horas se revelam os verdadeiros amigos”, desabafa Heinz.
Amigos para sempre
Heinz e Angelica fazem planos para o futuro. Querem estar próximos, inclusive na velhice. Com o bom humor típico dos dois brincam: “Como nunca brigamos entre esses 11 anos de convivência pensamos em reunir alguns amigos e morarmos, harmoniosamente, todos juntos numa espécie de retiro para idosos. Assim podemos envelhecer ao lado de quem gostamos e encarar com muito bom humor os últimos anos da nossa história. Este é o espírito da nossa comunidade, um cuidando do outro! Rindo da vida, gargalhando de felicidade!