O acostamento que será implantado no trecho urbano da Vicinal Forqueta (VRS-811), no bairro Bela Vista, em Arroio do Meio, terá o mesmo modelo do instalado em Cruzeiro do Sul na ERS-130, proximidades do acesso ao novo estádio do Lajeadense.
De acordo com o engenheiro superintendente da 11ª superintendência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) com sede em Lajeado, Hildo Mourão, o acostamento e a pista serão divididos por tachões no eixo (cocurutos), de dois em dois metros, o que permitirá o uso do espaço para ciclistas e pedestres. O estacionamento para veículos dos estabelecimentos comerciais situados ao longo do trajeto será proibido.
Na quarta-feira, três engenheiros da diretoria geral e de projetos do Daer, e um engenheiro da 11ª superintendência estiveram na rodovia para realizar levantamentos, em especial do trajeto de seis quilômetros ainda não pavimentado entre Arroio do Meio e Travesseiro, mas também da parte já asfaltada, para analisar os possíveis defeitos ocorridos no projeto antigo.
Crateras e rachaduras- Segundo Mourão, os problemas recorrentes do trajeto já pavimentado com buracos e rachaduras são devidos à maneira com que as estradas vicinais eram construídas no passado – não seguiam o padrão exigido pelo Daer que estabelece: rebaixamento de nível dos drenos laterais em 1,5 metros e sub-base reforçada na pista de rodagem.
Informações de um laudo feito pelo engenheiro que o antecedeu no cargo dão conta que a manta asfáltica simplesmente foi colocada em cima de uma base de seixos de pedra de rio (cascalhos), e não há drenagem, o que faz com que a água se infiltre debaixo da pista, ao invés de escoar para fora. Além disso em muitos pontos a água se acomula na pista. Resumindo, o subsolo mole facilita a quebra da manta, mesmo ela sendo espessa. “Em um ponto há até uma vertente debaixo da pista”, revela.
Apesar do erro estar constatado, o engenheiro superintendente ressalva que por ora a implantação de um novo projeto, dentro das normas do Daer, é inviável, “no Brasil há muitas rodovias ainda não pavimentadas e outras que possuem um fluxo bem mais elevado. Por isso, se considerarmos o conjunto geral de investimentos, neste caso o recapeamento ainda é a melhor saída. Assim, os motoristas não precisam andar no barro, na poeira e em estradas esburacadas e os veículos duram mais”, avaliou.
Por fim, Mourão destacou que infelizmente no país a estrutura do transporte avançou, em quantidade de veículos e de capacidade de cargas mais do que a qualidade e a dimensão das rodovias, “dizem que as rodovias de hoje não duram como as de antigamente. Mas é preciso lembrar que no passado haviam bem menos veículos, sendo os mais pesados caminhões de pequeno porte com carrocerias de madeira. A durabilidade das estradas não pode ser relacionada ao tempo e sim a utilização. Hoje há carretas que transportam 70 toneladas, e danificam mais a estrada do que 200 automóveis 1.0”, concluiu.