Vão muito além da obesidade, do sedentarismo e da insônia os prejuízos que as longas horas diante do computador ou da televisão causam a nossas crianças. Nesse sentido, questionamos a psicóloga Greice Vendramin acerca de como deve ser o posicionamento de pais e familiares frente a esta questão.
AT – De uma maneira geral, atualmente nossas crianças também têm internet à disposição, fato que tem causado preocupação a pais e familiares que não sabem como lidar com essa nova ferramenta. Você poderia apontar algumas orientações gerais para que nossas crianças possam usar a internet com segurança?
Psicóloga Greice Vendramin – Hoje em dia a internet faz parte do cotidiano da vida das pessoas e consequentemente das crianças, o que tem se tornado uma grande preocupação para os pais. Por isso, transmito algumas dicas para minimizar o impacto com a internet:
– Os pais acima de tudo devem conversar com os filhos sobre o assunto, alertando as crianças das consequências e incentivando-as a usar de forma saudável como um meio de comunicação rápido e eficiente.
– Manter o computador em um lugar da casa que seja comum a todos, ou se o computador tiver no quarto, a criança deve manter a porta aberta e os pais por vezes acompanhar o que o filho está fazendo. Mas é preciso deixar claro que, dependendo da idade, não é adequado os pais passarem o tempo todo ao lado do filho monitorando cada passo tirando a privacidade do mesmo.
– Combinar os limites de tempo de uso diários.
– Conforme cada idade, combine os sites que as crianças podem acessar, isso trará mais segurança.
– Instalar um monitoramento de segurança privando sites inoportunos.
– Conversar com as crianças sobre as publicações pessoais na rede quando estão on-line ou em redes sociais.
– Alertá-los sobre ignorar contatos indesejáveis com pessoas que nunca encontrou ou não conhece, e que, em qualquer dúvida, medo, insegurança, comuniquem os pais ou responsável.
AT – Compartilhada por toda a família, principalmente no final do dia, a TV também exige atenção no sentido de evitar a banalização do consumismo (propagandas), da violência ( noticiários e filmes) e do sexo (novelas e muitos programas). Que cuidados você sugere que pais e familiares tenham para proteger as crianças dessa banalização?
Greice – Assim como a internet a televisão também é um meio de comunicação e informação, mas que exige um cuidado especial. As propagandas e comerciais que estimulam o consumismo, a violência nos noticiários e cenas impróprias em horários inoportunos têm merecido maior atenção dos pais frente à televisão. Mesmo sabendo que estão inadequados, os programas e propagandas continuam, portanto, o único meio de proteger as crianças é estabelecer limites no que diz respeito aos horários televisivos.
Cada vez mais as propagandas apresentam-se com tecnologias avançadas e “convencimentos” inoportunos. Fazem as crianças pensar que serão felizes ou serão melhores se adquirir tal produto. Cabe os pais desmistificar essa ideia, pois não é comprando tudo que aparece em propagandas que alguém será melhor, deve-se substituir essa ideia e preencher este vazio com outras atitudes.
Assim como as propagandas, a violência e a sexualidade também estão cada vez mais presentes em horários nobres, são temas comuns nos programas televisivos onde crianças e jovens impressionados podem assumir que aquilo que se vê na televisão é normal, seguro e aceitável. Por consequência a televisão expõe as crianças a tipos de comportamentos e atitudes que podem ser difíceis de serem compreendidos, analisados, elaborados e filtrados.
A televisão pode ter consequências negativas para crianças e adolescentes, alguns exemplo disso são a perda do sono, diminuição no desempenho escolar, perda de concentração, aumento de peso e também imitação das cenas transmitidas nos programas.
Dicas:
– Limitar os horários frente à televisão
– Estimular a leitura de um livro
– Mostre alternativas às crianças, tais como a leitura, jogos, conversas, desporto, passeios
– Ver televisão com as crianças, e ajudá-las a escolher programas adequados para a sua faixa etária
– Evitar que a televisão iniba a comunicação familiar
– Falar com as crianças sobre os programas, ouvindo a opinião delas, e partilhar a sua
– Evitar que as crianças vejam televisão antes de deitar, em especial programas violentos
– Procurar não ver televisão durante as refeições
– Não colocar televisão nos quartos.