Arroio do Meio – O principal suspeito do crime ambiental que ocasionou a morte de centenas de peixes no Arroio Jararaca, alega que vai recorrer da multa de R$ 1,3 mil. Ele também terá que fazer adequações na caixa separadora de óleo e lama.
O fato ocorreu há cerca de duas semanas nas imediações do The Horse, bairro São Caetano. Uma espuma densa de quase dois metros se formou no local, chamou a atenção de moradores que acionaram o Grupo de Patrulhamento Ambiental da Brigada Militar para averiguar a situação.
Após investigação mais detalhada, a polícia ambiental constatou que a origem dos poluentes provia de um encanamento de esgoto pluvial situado de baixo da ponte da rua José Arthur Schroeder. Diante disso foi feita uma vistoria em todos os estabelecimentos da área. Um posto de lavagem, situado numa abastecedora de combustíveis das proximidades foi considerado culpado pela poluição. O estabelecimento tem até 11 de janeiro para recorrer da multa.
De acordo com o fiscal sanitário Leonardo Damolin Matzenbacher, os resultados da análise apresentaram quantia elevada de surfactante e fósforo, compostos utilizados na fabricação de detergente. Além da multa, o estabelecimento terá que fazer adequações na caixa separadora de óleo e lama, e apresentar relatório de monitoramento por meio de técnico responsável periodicamente. Segundo o fiscal a medida é necessária, devido a demanda de lavagens no local.
O Código Municipal do Meio Ambiente determina que a coleta, tratamento, transporte e disposição do lixo, lodos de esgotamento de fossas sépticas ou industriais, deverão ser processados em condições que não tragam malefícios ou inconvenientes à saúde, ao bem estar público ou ao meio ambiente, e sempre com o devido acompanhamento técnico. Fica expressamente proibido, o lançamento de lixo ou resíduos de qualquer ordem em água de superfície, sistema de drenagem de águas pluviais, poços cacimbas e área erodidas.
Entretanto, o responsável pelo posto de lavagem, João Carlos Oliveira, 48 anos, aponta falhas na realização da análise e nega qualquer culpa. “Atuo no ramo há 18 anos, destes quatro em Arroio do Meio. Utilizamos produtos e procedimentos, conforme exigido pela Anvisa”, garante. Entre as falhas na apuração, Oliveira afirma que as coletas se restringiram apenas ao bueiro em o esgoto pluvial que desemboca no arroio. Conforme ele, a equipe da Vigilância Sanitária deveria ter feito coleta da caixa separadora do posto de lavagens.
O prestador de serviços ainda reforça que obedecer as normas sanitárias é uma exigência de mercado. “A própria abastecedora não permitiria a prestação de serviços fora das conformidades”. Entre as acusações também está de que cães tiveram problemas de pele após se banharem no córrego. Oliveira avalia que se os produtos de seu estabelecimento fossem realmente perigosos, ele estaria com os mesmos sintomas.