Pouso Novo – A hegemonia de 20 anos do PTB no município foi quebrada quando 930 dos 1645 eleitores votaram em Luiz Buttini para prefeito nos próximos quatro anos. O índice de 56,5% de aprovação do eleitorado se deve, segundo o eleito, à necessidade de mudança na maneira de governar.
Com pouca experiência em gestão pública – foi vereador entre 1988 e 1992 e disputou como candidato a vice-prefeito logo depois -, o comerciante aposentado cita como principal desafio o desenvolvimento da cidade. “Pouso Novo não se desenvolveu no mesmo ritmo que os demais municípios que se emanciparam na mesma época (1988).”
No alto de seus 24 anos, Pouso Novo conta com menos de dois mil habitantes. Buttini acrescenta que o êxodo rural atrapalha o crescimento, uma vez que a agricultura é o principal setor da economia. Aviários e chiqueirões fecham, devido a dificuldade dos produtores de atenderem as exigências das integradoras. “Os mais jovens foram embora e os velhos é que ficaram.”
Para Buttini, se faz necessário implementar políticas no meio rural, proporcionando novas perspectivas para os filhos dos agricultores e estimulando-os a investirem no município. Acredita que a produção de leite serve como fomentador para este trabalho.
Ressalta que o investimento é menor que os aviários e chiqueirões, sem precisar de muita mecanização, e podendo ser feito em pequenas áreas. Outra proposta é conceder incentivo para a implantação de agroindústrias familiares, hoje restrita a quatro.
Prevenção à estiagem
Foram mais de 200 dias sem chuvas abundantes no Estado, o que provocou uma grande perda na maioria dos municípios. Até maio, 390 das 496 cidades gaúchas decretaram situação de emergência e mais de 620 mil pessoas foram atingidas.
Pouso Novo foi uma das cidades mais afetadas, com prejuízos nas lavouras de milho, fumo, feijão, na produção de leite e de gado de corte. Buttini vê na construção de cisternas uma maneira de evitar que as propriedades fiquem sem água.
Entre os benefícios, está o armazenamento com menor índice de evaporação, por ser uma estrutura coberta com lona. “Pouca chuva também é o suficiente para atender por um bom tempo.” Recursos serão buscados por meio dos governos federal e estadual, que mantém projetos para incentivar as medidas de prevenção.
Outra possibilidade é ampliar a distribuição de água encanada, perfurando novos poços artesianos. Apesar de uma boa parte do município ser atendido por esse sistema, é insuficiente para as projeções do futuro prefeito, que quer atrair novas empresas.
Empresas
O foco é na agricultura, mas, para atender as expectativas de desenvolvimento, Buttini considera essencial a instalação de pequenas empresas e indústrias na cidade. Porém, diz que há limitações. “Não podem ser grandes, porque não temos mão de obra abundante.”
Para ele, o essencial são empresas com possibilidade de contratação inferior a 50 funcionários. Até porque o potencial de investimento em estrutura de Pouso Novo é limitado, neste primeiro momento: a ampliação do sistema de água encanada é cara e demorada para ser feita.
Educação e Saúde
Estas duas áreas também são essenciais para a melhora de Pouso Novo. Buttini reconhece que a estrutura do posto de saúde atual é precária e promete fazer investimentos no local, como na ampliação. Outra meta é contratar mais profissionais da saúde, como um cardiologista.
O futuro prefeito sabe das dificuldades para atender a demanda, uma vez que poucos médicos estão dispostos a trabalhar no interior do Rio Grande do Sul – mesmo que o salário, algumas vezes, sejam maiores que a do prefeito. A maneira para atrair estes trabalhadores está na proposta.
Buttini considera que uma carga de oito horas semanais é suficiente – podendo ser cumprida em um só dia. Nos outros setores, afirma que a população está bem atendida, com uma médica para o Estratégia Saúde da Família (ESF), convênio com um médico de Progresso e parcerias com os hospitais de Progresso e de Marques de Souza.
Quanto à Educação, se limita a dizer que tentará melhorar os três educandários locais e o sistema de transporte escolar.
Legislativo
Buttini terá a maioria no Legislativo. Das nove vagas, cinco serão ocupadas por integrantes da coligação que o elegeu. Entretanto, considera que não terá dificuldades com os oposicionistas. Aponta a boa relação com todos os políticos essencial para um trabalho sem muitos percalços na Câmara de Vereadores.
Secretariado
A composição dos secretários municipais será um conjunto de técnica com política. Dos cinco que ocuparão os cargos, dois são servidores públicos. Caso dos futuros secretários de Administração e Finanças,Márcia Balico; e de Saúde, Nilto Gerevini.
Na pasta de Obras, Danilo Baiocco será o comandante. A Agricultura ficou com Natalício Belarmindo e a Educação com Izadora Pretto. A assessoria jurídica será de Ernani Grassi.
A posse está marcada para o dia 1º de janeiro.