Mal havia trocado abraços, cumprido todos os rituais de réveillon quando iniciou a chuva e acabou com a festa no pátio de casa. Em seguida a energia também acabou e ficamos à luz de velas nas primeiras horas de 2013. Foi igual em muitos outros lares. Todo o tipo de vento, desde o mais fraco ao assustador vendaval, tem exposto a falta de estrutura de nossas geradoras de energia. Entre os meus pedidos de final de ano, pedi com fé por mais qualidade nesse tipo de serviço. Mas não ficamos só nisso. A violência que reduziu nas estradas, com índices mais otimistas – graças a ameaça de multas muito mais pesadas – foi trocada pelo crime que assustou a pacata Cotiporã, no Vale da Ferradura.
Bandidos mantendo famílias sob a mira de armas, gente assassinada por motivos torpes, em festas, bares ou dentro de casa. Eu peço apenas um ano de coisas boas e posso enumerá-los: prisão para corrompidos e corruptores. Em presídios bem fiscalizados, com rotinas punitivas exemplares, que não permitam transformar o espaço entre grades em escritórios do crime, muito mais seguros do que nossos lares.
Eu quero ver famílias igualmente atentas a seu comportamento. Educando e dando bons exemplos. Banir a violência começa em casa, onde o amor é parceiro da tolerância e disciplina não combina com violência, tampouco permissividade. Não precisamos ser os melhores amigos dos filhos. O que eles precisam é da presença dos pais. Eu também espero encontrar nestes meses novinhos em folha, administrações públicas voltadas aos verdadeiros interesses das comunidades. O básico, saúde, educação e segurança, não podem ser apenas um discurso cheio de adjetivos em palanques eleitorais, nem um percentual enfeitado em gráficos produzidos em agencia de propaganda.
A vida está mordendo aí fora. Tem uma batalha que invade pequenas cidades, atormenta grandes metrópoles e nada, ou muito pouco acontece para reduzir os danos. Falta luz e as distribuidoras de energia calam-se. Falta água e as desculpas nos afogam com a água da improvisação e descaso. Evoluir para uma grande nação, impõe muitos cuidados e trabalho bem administrado. Não sou pessimista, acredito naqueles em que deposito meu voto e nos que me contratam como profissional de comunicações. Faço a minha parte, acerto e erro, mas sempre olho para a frente, aproveitando para crescer e evoluir como profissional e ser humano.
É assim que pretendo seguir nas próximas viradas de ano. Aliás o sentido da palavra réveillon é muito claro: despertar. Despertemos então, para caminhos que nos levem, todos juntos, a um mundo mais justo e menos sofrido. E aí, a festa terá mais sentido e menos decepções. Tudo é possível, sonhar é arquitetar a engenharia do bem viver com criatividade e ética. Estou neste ritmo e sinto que muitos almejam o mesmo. Então, dê uma olhada a sua volta e alinhe-se. Porque o tempo passa e você não vai querer ficar de refém de sua própria alienação. Não é?