O município começa a sentir os reflexos da tragédia de Santa Maria, onde 237 pessoas morreram em decorrência de um incêndio em uma boate, que não tinha saídas de emergência. O Executivo se reuniu, no dia 1º, com os proprietários das três casas noturnas da cidade. A discussão foi em torno da segurança dos clientes.
A reunião contou com a participação do secretário de Planejamento, Henrique Meneghini, e da fiscal tributária Roseli Gatti, responsáveis por conceder os alvarás de funcionamento, e os empresários Luis André Weizenmann (Tampinha), Isabel Weizenmann – das danceterias Tampas e Sítio Live – e Carlos Sidnei Jacobs, responsável pelo Bailão da Margarida.
A tragédia provocada em Santa Maria ocorreu por diversas irregularidades, como: alvará vencido, falhas no sistema de prevenção de incêndio e uso de fogos de artifício em ambiente fechado. O caso deixou o Brasil em alerta, desencadeando uma série de operações para verificar a real situação das casas noturnas.
Durante o encontro, foram esclarecidas dúvidas sobre a situação das danceterias locais e condições de segurança que oferecem aos clientes. Todos os estabelecimentos estão em condição regular e podem funcionar. Executivo e Corpo de Bombeiros devem visitar os locais de festas para verificar a situação dos prédios.
Interdições
Após a tragédia de Santa Maria, diversos municípios intensificaram as vistorias em casas noturnas. No Vale, a de Lajeado foi a mais enfática nas análises. Em uma semana, três danceterias estavam ameaçadas de interdição caso não efetuassem as melhorias indicadas pelo Corpo de Bombeiros. Uma foi interditada próximo do fim de semana.
Situações semelhantes ocorreram no Rio de Janeiro, São Paulo e em Porto Alegre, com a interdição de alguns locais para festas. Na capital gaúcha, pelo menos seis apresentariam riscos à segurança dos usuários, segundo dados da prefeitura.
A tragédia
O que era para ser uma festa de comemoração de universitários de diversos cursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no dia 27 de janeiro, se transformou em pesadelo para as famílias das 237 vítimas. Devido ao uso de um sinalizador fora dos padrões em um ambiente interno, aliado a obras irregulares – como o isolamento acústico inapropriado -, o fogo se alastrou rapidamente.
Falta de sinalização para saída de emergência e extintores de incêndio com problemas técnicos contribuíram para as mortes. Quase cem pessoas se perderam enquanto procuravam a saída do estabelecimento e foram ao banheiro. Algumas morreram asfixiadas e outras pisoteadas.
Relatórios como o do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (Crea-RS), apontam que a tragédia foi uma sucessão de falhas. Reportagem da Zero Hora, de Porto Alegre, revelou que a boate de Santa Maria carecia de um plano de prevenção de incêndio. O alvará foi concedido de maneira irregular, e inclusive a suspeita de favorecimento de interesse entre integrante do Corpo de Bombeiros local.