Um amigo jornalista e escritor, José Antônio Silva, postou em seu blog, nesta semana, uma provocação: porque tantos que vão aos púlpitos, pregarem em nome de Jesus Cristo, o fazem de maneira tão agressiva? Ele talvez se referisse ao pastor e deputado Marco Feliciano, o contestado presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, que em tempos passados fez manifestações homofóbicas e, pelo que mostraram as redes sociais na semana passada, em um vídeo gravado durante sermão a seus fiéis, garantiu que a morte de John Lennon teria sido provocada por castigo divino. Ainda afirmou que os três tiros que mataram covardemente o ex-beatle, teriam o seguinte sentido: um tiro em nome do Pai, outro do Filho e terceiro, do Espírito Santo.
O mesmo pastor alegou que a morte dos Mamonas Assassinas, também teria sido obra divina, já que os jovens artistas usavam termos chulos em suas canções. Santa Ignorância! Em sua crônica, meu amigo Zé Antônio, impressiona-se com o fato de que muitas das igrejas “evangélicas (portanto cristãs) se baseiam mesmo é no Velho Testamento, de séculos antes de Cristo. O Evangelho, ao contrário, reformou o antigo judaísmo e buscou disseminar – pelo menos na teoria – os ensinamentos revolucionários de Cristo, na época, como a tolerância (atire a primeira pedra quem nunca pecou), etc.”
“Toda a mensagem de perdão, desapego (mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus), paz (dar a outra face), amor, muitas vezes fica em segundo plano”, afirma o blogueiro. Eu fui criado com a pregação cristã do perdão. E foi isso que ouvi em missas e cultos. Meus avós maternos eram protestantes e paternos, católicos. E convivíamos em harmoniosa comunhão. O tom firme de quem pregava, não assustava, mas impunha respeito, simplesmente.
Sobre John Lennon, soube que havia pedido perdão, preocupado com a repercussão de suas palavras, a todos os que haviam se sentido ofendidos. Perdoado estava ele, que tinha uma natureza pacifista, compondo canções como All You Need Is Love (tudo o que você necessita é amor) e uma canção clássica de Natal, traduzida para o português, como Então é Natal, onde cantava um Natal solidário para pobres e ricos, gente de todas as raças e nações. Ou seja, as contas com Jesus Cristo, estavam muito bem acertadas, já de outros…