Teutônia – “Estamos perto das eleições. Será que teremos, de novo, diversos candidatos e nenhum será eleito?”. O questionamento partiu do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado, Ricardo Luís Diedrich, durante a reunião da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) do Vale do Taquari, realizada no dia 24 em Teutônia.
Diedrich aproveitou o debate sobre a necessidade do Vale do Taquari ter mais representações políticas que auxiliem a região a ter um desenvolvimento mais rápido. Citou como exemplo desta necessidade a movimentação dos municípios da região Sul do Estado, em que a pressão política nos governos estadual e federal surtem efeitos melhores. “Quando fui a um evento lá, o pessoal se impressionou como nós, do Vale do Taquari, somos unidos. Nós só não temos muita expressão política”, acrescentou Diedrich.
O assunto que acendeu o alerta foi a necessidade de investimentos em ferrovias e hidrovias. Um dos pontos cruciais é a municipalização do Porto de Estrela. O prefeito estrelense, Carlos Rafael Mallmann, já manifestou o interesse em conceder a administração da estrutura à iniciativa privada.
Porém, o empecilho está no interesse do Estado em deixar para empresários os silos – hoje sob o comando da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Na reunião, ficou claro o interesse do empresariado em, também, controlar esta estrutura.
A força política também poderia auxiliar em uma maior exploração do setor ferroviário da região. A maior parte da malha ferroviária é concedida à América Latina Logística (ALL). Valdir Piccinini, da CIC de Teutônia, acredita que haverá dificuldades para que a ALL amplie o uso desse modal. “Na reunião que tivemos com a Federasul, ficou clara que ela não quer isso.”
Este seria um dos motivos para que houvesse mais pressão política sobre este assunto. Conforme Henrique Purper, presidente da Associação Comercial e Industrial de Estrela (Acie), se um político influente disser que tem que ser alterado, haverá o respeito por parte da ALL.
Mais infraestrutura
A duplicação da ERS-130 também entrou na discussão dos integrantes da CIC-VT. O presidente da entidade, Oreno Ardêmio Heineck, comentou sobre como será o procedimento para a elaboração dos estudos de impacto ambiental e econômico da obra.
Para tanto, haverá uma seleção de empresas interessadas por meio de carta convite. O processo é mais rápido que uma licitação, em que o limite orçamentário está em cerca de R$ 150 mil. Os custos serão cobertos pela parceria entre os sete municípios que margeiam a rodovia.
Entretanto, esta contribuição deve ser ampliada pelas Administrações Municipais. Hoje, cada uma contribuiu com R$ 12 mil para a confecção deste estudo. Heineck acredita que os prefeitos de Lajeado, Arroio do Meio, Venâncio Aires, Muçum, Cruzeiro do Sul, Encantado e Mato Leitão aceitarão aumentar o repasse.
Dentro deste consórcio, há uma comissão técnica de licitação, que elaborará todas as regras a serem respeitadas pelas empresas. A responsabilidade está com o coordenador de secretarias de Arroio do Meio, Klaus Schnack.
Eleição Codevat
Heineck aproveitou o momento para iniciar as conversas internas para que a CIC-VT indique alguém para concorrer à diretoria do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Com a renúncia do reitor da Univates, Ney Lazzari, ao cargo, hoje a entidade está sob o comando de José Cenci. As eleições foram antecipadas para outubro deste ano.