“Ser mãe é padecer no paraíso. Ser pai é padecer no ostracismo”.
O adendo à tradicional frase que resume o prazer da maternidade em comparação à função de pai é de minha lavra. Uma maneira humorada de mostrar que o pai é bem menos lembrado. Principalmente na hora do nascimento quando amigos e familiares invadem o hospital soterrando mãe com presentes, carinhos e abraços. .
Outro sinal de que a importância do homem está em baixa são os apelos consumistas. Basta comparar a enxurrada publicitária às vésperas do segundo domingo de maio, sem precedentes diante dos tímidos apelos à lembrança do segundo domingo de agosto quando se comemora o Dia dos Pais.
Querem outro exemplo? “Mãe é uma só” é outro bordão surrado para minimizar a importância masculina, como se uma criança tivesse mais que um pai! Mas “uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade”.
Antes que as leitoras liguem para o jornal em busca do meu endereço para um linchamento público aviso que esta crônica tem o objetivo de encarar com muito bom humor o Dia dos Pais que se comemora domingo.
O consumismo e os excessos da tecnologia das comunicações transformaram as relações
Sou um privilegiado pelas alegrias proporcionadas pela paternidade. Desde o nascimento do meu casal de filhos sempre fui protagonista ao lado deles. Participei ativamente dos noves meses de gravidez ao acompanhar minha mulher a todas as visitas à ginecologista, sem falar dos inúmeros exames. Juntei toda a coragem para acompanhar os partos – ambos naturais – e garanto: não existe nada mais emocionante para um homem que segurar a mão da esposa durante a expectativa daquele chorinho que invade a sala de parto.
O consumismo, a correria do dia a dia, os excessos de tecnologia nas comunicações e a irresponsabilidade de muitos pais e mães transformou radicalmente as relações. O abandono de jovens que recebem educação, cultura e conhecimento graças a dedicação dos professores é um fenômeno cada vez mais presente.
Brincar nos parques, cantar inúmeros “Parabéns a você” em festinhas no sábado à tarde, acostumar-se ao consolo nas derrotas do futebol do colégio, ir ao shopping comprar brinquedos e roupas e varar as madrugadas no leva-e-traz das baladas faz parte do manual do pai responsável que pensa no futuro.
O protagonismo paterno exige energia, dedicação e preparo para a montanha-russa a partir da adolescência. Mas à medida que os filhos atingem a maturidade, que se iniciam na vida profissional e compartilham conquistas e frustrações, fica mais nítido que cada segundo investido valeu a pena.
Afinal – e cá entre nós – ser pai nem sempre é padecer no ostracismo! Basta participar!
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