Como forma de valorização da produção audiovisual nacional é que Arroio do Meio conta desde 2010 com um espaço destinado especialmente a essas exibições. A sala do Cineclube Real, localizada no prédio da secretaria de Educação e Cultura, é fruto de um projeto enviado pelo Núcleo Municipal de Cultura em 2009, via edital federal do programa Cine Mais Cultura.
A atividade oferece sessões gratuitas semanais todas as quintas-feiras. Em março de 2012 completou dois anos, e até esse período já havia contabilizado 2.142 espectadores, dentre sessões semanais fixas e agendamentos de escolas e grupos. “A partir desta data não há mais a necessidade de relatórios ao Ministério da Cultura/Projeto Mais Cultura”, explica a coordenadora do departamento de Cultura e Turismo do município Angelica Diefenthaler.
Atualmente, conforme ela, a média de público espontâneo nas sessões das quintas-feiras é de 15 pessoas. Os presentes assistem ao filme e em seguida participam de um bate-papo sobre o tema principal da exibição. Angélica destaca que já foram várias as temáticas debatidas, liderando as discussões assuntos relacionados a relações pessoais, comportamento social, meio ambiente e biografias.
Nas últimas sessões, a aceitação do público em relação ao projeto tem evoluído de forma positiva. Conforme Angelica, no início a plateia não se sentia tão a vontade para o bate-papo. “Hoje flui naturalmente. Encerra o filme e os presentes já posicionam as cadeiras em círculos. Hoje falam e interagem mais”. Explica ainda que alguns são espectadores assíduos e que outros frequentam o espaço quando o assunto interessa. Apesar disso, a coordenadora está satisfeita com os resultados, pois o espaço está consolidado.
Quando iniciou, o compromisso principal do projeto era a difusão da produção audiovisual nacional. Mas com o tempo, se percebeu que o espaço era bem mais que isso. “Aos poucos percebemos que o cineclube cumpre um papel de espaço alternativo de trocas, tanto de conhecimentos quanto de vivências, de respeito aos diferentes pontos de vista. Um espaço de bate-papo onde todos sabem, todos sentem e são livres. Ninguém entra e sai sem mexer com seus sentimentos ou pensamentos”, salienta Angelica.
Frequentadores assíduos
O Cineclube Real tem espectadores assíduos que frequentam o espaço semanalmente. Loraci Wathier Kich visita o espaço desde o início, quando ainda funcionava na Casa do Museu. Loraci considera a iniciativa ótima. “Eu acho muito interessante, pois é também um momento de encontro. Eu particularmente gosto dos filmes apresentados, muitos têm temas culturais, e são filmes nacionais que eu particularmente não lembraria de procurar na locadora”.
Ela também considera o debate válido, pois cada participante reage de uma forma diferente, sem esquecer da receptividade do tema de cada filme que é algo particular.
De Lajeado, vem a espectadora Mara Cristina Kirsch. O convite surgiu há cerca de um ano, do professor de História e amigo, Sérgio Nunes Lopes. “Encontrei um ambiente acolhedor, uma anfitriã muito atenciosa que é a Angelica Diefenthaler, chimarrão, pipocas e um bom bate-papo após a exibição do filme. Esse bate-papo é informal, sem ser científico ou cheio de linguagens acadêmicas”.
Mara ressalta que encontra um público bem variado. E que tem levado mais pessoas de Lajeado para assistir as exibições. “Uma coisa boa de assistir filmes com companhia é que, quando ele termina, a gente não está sozinha com aquela emoção que o filme transmitiu e sem ter com quem dividi-la”. Dessa forma, Mara recomenda o Cineclube como uma ótima opção de lazer e cultura, onde se aprende sobre os mais variados assuntos.