Desculpem falar em 2014 a mais de um mês para o foguetório de despedida de 2013. É que o Papai Noel, a cada ano chega mais cedo. Nos shoppings e nos comerciais da mídia as pobres renas têm cada vez menos folga.
O ano de 2014 será um ano totalmente atípico. E teremos grandes eventos. Depois de 64 anos o Brasil voltará a sediar uma Copa do Mundo. Serão 12 cidades-sede, num gigantismo sem precedentes. O BNDES torrou bilhões em muitos estádios que serão futuros elefantes brancos. Ou alguém acredita que capitais como Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal se transformarão em novas forças do futebol para justificar tamanho investimento?
Outra curiosidade é a possibilidade de recrudescimento dos protestos que marcaram a Copa das Confederações, disputada em junho passado. O risco aumenta porque toda a mídia do planeta estará com os holofotes voltados para o Brasil. Isso vai instigar os organizadores destes movimentos a ponto de planejar gestos ainda mais ousados. As autoridades ligadas à segurança pública terão muitas noites insones para detectar, conter e reprimir manifestações que poderão comprometer a imagem do país.
Outro evento de grande repercussão serão as eleições para Presidente da República, governador de Estado, senador, deputado federal e estadual. Apesar da desilusão com os políticos, o país estará em intensa ebulição. Infelizmente a tão decantada reforma eleitoral jamais saiu do papel. Questões como os abusos de poder econômico foram tocadas superficialmente pela vergonhosa minirreforma patrocinada pelo Congresso Nacional, incapaz de tornar o pleito uma disputa justa, igual.
2014 promete: terá Copa do Mundo, eleição, Carnaval em março e Páscoa em abril
O avanço da idade parece fazer o tempo passar mais rápido que o normal. É comum ouvir-se a máxima de que, passado o primeiro semestre, a chegada do final do ano está a um passo. Independentemente da velocidade com os 12 meses trafegam por nossas vidas, prevejo um 2014 de poucas decisões substanciais com soluções para grandes problemas – educação, segurança, saúde.
Tradicionalmente o ano se inicia depois do Natal, das festas de fim de ano e das férias de verão. Mas a rotina retorna ao normal somente quando as cinzas do Carnaval cobrirem o país. E em 2014, o êxtase dos sambistas ocorrerá somente em 4 de março, e a Páscoa em 20 de abril!
Portanto, acho que teremos um ano bastante diferente a partir de 1º de janeiro. Espero, apenas, que as consequências dos abusos contra a natureza não se manifestem de maneira tão intensa como ontem e no domingo. As enxurradas, as quedas de granizo e ventos castigaram mais uma vez o Estado. É o preço dos desequilíbrios ambientais e pelo descaso com a destinação do lixo.