Arroio do Meio – Com as altas temperaturas do verão, aumenta também o número de casos de picadas de insetos. Em geral, os incidentes são locais, ardem, mas passam rapidamente. Há, porém, que se ter cuidado, pois a picada de alguns animais pode trazer problemas, e uma receita caseira pode prejudicar o ferimento.
O verão é período em que, em geral, ocorre o aumento da incidência de insetos. Este aumento nos encontros e visualizações de insetos se processa devido à elevação da umidade do ar e incidência de altas temperaturas que tem ocorrido em nossos verões. Além disso, as variações climáticas sazonais estimulam a reprodução dos insetos.
Outro fator específico, conforme explica o biólogo Emerson Musskopf, é caracterizado pelo íntimo contato entre áreas urbanas e rurais. “Existem inúmeros ambientes para proliferação de numerosas espécies de insetos em nossas áreas urbanas. Em nossas cidades temos insetos, como aranhas o ano todo, no entanto no verão sua presença, ou seu contato com humanos se torna muito mais frequente.”
Especificamente de aranhas, as da espécie armaderia e marrom são as mais perigosas. Ambas são comuns na região, sendo que dificilmente um sótão ou porão desabitado pode-se considerar livre de ao menos uma destas espécies. O verão traz também formigas, abelhas, baratas e pulgas.
O perigo das receitas caseiras
Circulam na internet, ou mesmo por meio da sabedoria popular, diversas receitas para afastar os insetos das casas. Receitas como a de álcool com cravo da índia e óleo misturados, pode-se dizer que realmente podem apresentar algum efeito repelente, a exemplo de receitas que utilizam cascas de laranja para combater mosquitos, folhas de cinamomo ou capim cidró para combater moscas.
“No entanto deve-se tomar cuidado pois mesmo que eu esteja utilizando produtos naturais, algumas misturas podem resultar em compostos tóxicos também ao ser humano, ou seja, dentro de casa todo cuidado é pouco, especialmente quando crianças podem estar presentes, alerta Musskopf.
Alguns compostos prometem, inclusive, a eliminação de pulgas dos animais. “Considero que uma mistura destas pode até apresentar algum efeito, no entanto recomendo uma consulta ao médico veterinário pois produtos para ser utilizados em seres humanos ou em animais devem antes ter sido testados dermatologicamente”, explica o biólogo, chamando a atenção para que seja garantida a não existência de nenhuma possibilidade de intoxicação.
Aranhas
A armadeira é a espécie mais perigosa. Quando surpreendida, coloca-se em posição de ataque, apoiando-se nas pernas traseiras, ergue as dianteiras e procura picar. Com frequência há necessidade de internação hospitalar e aplicação de soro específico.
A picada da aranha marrom provoca menos acidentes, por ser pouco agressiva. Na hora da picada a dor é fraca e despercebida. Após 12 a 24 horas podem surgir dores locais, associadas a outros sintomas. Nos casos graves, a urina fica de cor marrom escura. Deve-se imediatamente procurar atendimento médico para avaliação.
Em jardins podem ocorrer muitas espécies diferentes de aranhas. Uma das mais comuns é a tarântula de jardim. Apesar de ser uma espécie frequente, com repetidos acidentes, em geral não gera o mesmo risco à saúde humana que as demais.
Picadas de abelhas e de vespas
As abelhas e as vespas podem deixar o ferrão na pele ao picar. Este deverá ser retirado raspando suavemente a superfície cutânea até o fazer sair, mas nunca puxando por ele nem torcendo-o, já que se poderá introduzir ainda mais veneno no corpo.
Um cubo de gelo colocado sobre a picada reduz a dor. As pessoas que tenham tido uma grande reação alérgica a uma picada de abelha devem procurar atendimento médico imediatamente.
Formigas
Elas acabam invadindo a casa no verão. As formigas se instalam em azulejos quebrados, vãos de armários, prateleiras, ou em qualquer espaço minúsculo onde muitas vezes não é fácil de localizá-las. “Uma alternativa para combatê-las, é tentar criar uma barreira mecânica com graxa, detergente ou óleo, em seus pontos de acesso”, cita Musskopf.
Baratas
As baratas podem ser portadoras de outros organismos nocivos à saúde. Por viverem em locais sujos, entram em contato com bactérias, fungos e outros micro-organismos encontrados em ambientes como esgotos e lixo. Essas ameaças vão parar dentro de casa. Geralmente baratas tem seus criadouros e abrigos em lugares quentes e úmidos como esgotos e fossas. Mesmo numa casa limpa e dedetizada, elas podem entrar sem dificuldades.
Se houver baratas entrando pelo ralo, assim como pelas janelas, frestas de portas ou paredes, a medida é sempre a mesma: a limpeza geral de esgotos, caixas de gordura, fossas e coisas afins, pois são nesses lugares que elas ficam abrigadas e põem os ovos. “A única forma de se livrar delas é através da aplicação de rígidas normas domésticas de higiene, incluindo nestes procedimentos em todos os cantos da casa”, expõe o biólogo.