Eu adoro praia. Sou apaixonado por água salgada.
Meu filho Henrique, estudante de Jornalismo, palpiteiro e que você, prezado leitor, conhece como dublê de editor do meu blog, insiste para que escolha roteiros turísticos culturais. Não adianta. Eu e a dona Cármen – também apaixonada pelas belezas praianas – insistimos em ir pra o Nordeste ou Caribe.
Desde piá frequento o litoral gaúcho, mas admito minha paixão recente pelas praias de Santa Catarina. Jurerê, Daniela e mais recente a Guarda do Embaú conquistaram meu coração de praiano germânico.
Aos quatro anos tive a primeira experiência traumática em Tramandaí, balneário onde cresci e passava o verão num chalé de madeira dos meus avós Bruno e Wilma Kirst.
Todos os dias, na ida para a orla, eu costumava andar pela borda de um chafariz numa praça localizada entre o final da Avenida Emancipação e a ponte do Imbé. Certo dia, na volta para casa, minha irmã (sempre elas, estes monstrinhos mirins!) me deu um leve empurrão, crime que ela nega até hoje! O resultado foi um voo espetacular no meio do chafariz, raso, repleto de tartarugas que se fugiram para baixo das pedras.
Alguns anos depois sofri um novo acidente, este mais grave. Uma inocente brincadeira “de esconder” quase vira uma tragédia de verão. Éramos cinco ou seis guris, só de calção, num calor incrível, depois do meio-dia. A certa altura resolvi me esconder atrás de um muro, junto à calçada. Na pressa, abri o portão sem notar que um ciclista vinha em alta velocidade.
No atropelamento de bike tive joelhos esfolados, mas o ciclista – coitado! – teve ferimentos graves
A colisão foi dolorosa para ambos. Meus joelhos ficaram em carne viva o que tornou o veraneio (e o acidente) inesquecível. Sempre que entrava na água salgada do mar a ardência me reportava à trombada. Já o ciclista sofreu prejuízos muito maiores. Além de entortar o aro e quebrar vários raios da bike, ele teve fratura exposta do braço esquerdo. Uma imagem horrível que ficou na minha lembrança por anos a fio.
Antes destes dois acidentes estreei no “pronto socorro caseiro de praia” ao pisar num anzol quando meu avô manuseava o material de pesca. Foi tudo muito dolorido. Com destreza e um canivete afiado meu pai fez uma pequena incisão e liberou o gancho.
Hoje certamente eu não correria tantos riscos. Dificilmente esfolaria meus joelhos ao manusear meu smartphones. Também seria difícil me lesionar jogando videogame. E seria quase impossível contrair um torcicolo vendo tevê, passatempos preferidos da gurizada de hoje.