Numa era em que homem e mulher vão ao mercado de trabalho com a mesma dedicação é desafiador manter a longevidade das relações afetivas. Depois de acordar cedo e ralar o dia inteiro, a chegada ao lar se assemelha ao descanso depois de uma luta de boxe. Além das agruras no ambiente de trabalho muitos enfrentam o sufoco do transporte coletivo ou os crescentes engarrafamentos no trânsito. Depois desta maratona seria desumano exigir carinho, paciência e dedicação dos cônjuges.
Na minha casa, a dona Cármen vai muito além: preparar jantares todas as noites. Isso mesmo! Nada de pão com manteiga e café. Ontem à noite, por exemplo, serviu capeletti à bolonhesa com medalhões de picanha de gado e suína cobertos com generosas fatias de queijo derretido ao forno e salada de maionese. É de lamber os bigodes, não é? No final de semana ainda faz hora extra com faxina que terminou esfregando o tapete onde o nosso cusco, o maltês Fiuk, fez xixi.
São 26 anos de casamento repleto de turbulências, mas com muitos momentos inesquecíveis. Para superar os percalços sugiro uma receita com apenas dois ingredientes: criatividade e bom humor. Romper a rotina não é fácil porque nos leva a agir de maneira automática. Ao chegar em casa é comum tomar um banho ou fazer um chimarrão, olhar o Jornal Nacional e comer alguma coisa antes de curtir a manjada novela.
Fidelidade também faz bem à saúde afetiva!
O final de semana serve para pequenos serviços domésticos ou para resolver problemas. Momento, também, para ir ao supermercado – que visito as quartas, sábados e domingos – para reforçar a despensa. Viajar ou passear? Nem pensar! Depois do almoço é hora da sesta para repor as energias. Quando a gente se dá conta já é noite de domingo.
Neste turbilhão é complicado planejar uma viagem rápida. Sugestão: uma ida ao Litoral para almoçar no Morro da Borússia, em Osório, para vislumbrar praias entremeadas pelo mar e por inúmeras lagoas. A free way, vazia permite uma viagem tranquila. Outra alternativa é trafegar pela “estrada velha” que oferece sonhos, rapaduras e cachaça da boa em Santo Antônio da Patrulha.
O bom humor é fundamental para superar reveses comuns da vida conjugal onde os filhos acrescentam mais algumas dores-de-cabeça. A parceria com a gurizada é vital e deve ser esculpida nos primeiros anos de vida.
Levar tudo em “ponta de faca” gera desgaste e alimenta discussões infindáveis que produzem ressentimentos que podem minar a relação. Também é fundamental resistir às tentações que são abundantes pelas ruas, parques, shoppings e até no trabalho. Relação ruim somada à oferta de novidades é receita certa de confusão.
Fidelidade também faz bem à saúde afetiva!