Passaram as férias de verão, o Carnaval. E dentro de dois dias as tardes vibrantes da Copa do Mundo ficarão apenas na memória. Então voltaremos à vida normal. Errado! Já na segunda-feira seremos invadidos pela propaganda eleitoral. Bombardeados no rádio, na tevê, via internet, com santinhos, convites para galetos e feijoadas. Vale tudo para conquistar o coração – e estômagos – do eleitor.
O Brasil é um país único. A disputa da Copa do Mundo mudou nossa imagem diante de muitos países. Pensava-se – lá fora – que havia macacos e leões nas ruas. Que a capital era Buenos Aires e que se falava espanhol. Muitas coisas mudaram na cabeça dos “gringos”, principalmente daqueles que conheceram ao Sudeste e o Sul do país, onde o trabalho é filosofia de vida.
A concentração do interesse da mídia e da população em determinados assuntos é um fato comum em todo o mundo. As eleições que se avizinham constituem um evento importante porque diz respeito ao cotidiano de todos nós. A proliferação de escândalos compromete a verdadeira repercussão que o pleito desempenha em nossa rotina. É preciso, porém, analisar com olhar crítico, sim, mas sem generalizar.
A escolha que faremos em outubro/novembro se assemelha à escalação de Felipão, Enderson Moreira ou Abel Braga. Discorda-se de alguns nomes, do esquema tático. Mas independentemente destas prosaicas contrariedades termina-se por torcer e por vezes até extrapolar os limites de uma disputa esportiva. Cada vez se presencia comportamentos lamentáveis nos estádios, mas são pessoas dispostas a tudo, menos a torcer por um time de futebol.
Cada ano encerra chances, armadilhas e oportunidades. A nós cabe aproveitar cada oportunidade para amadurecer
Não compactuo da opinião de que 2014 será um ano perdido em decorrência destes grandes eventos – férias, Carnaval, Copa do Mundo e eleições. São momentos que todos os países e povos enfrentam, com a diferença de que no Brasil a crítica virou esporte nacional. E que poucas vezes leva à mudança de comportamento que implique em melhorias.
Participar de todas estas atividades de forma madura para separar o joio do trigo permite vislumbrar um país melhor porque ao agir assim vamos melhorar.
Abandonei há anos a postura de apedrejar as festas populares que referi acima. De tudo, na vida, é possível absorver boas experiências, conhecer “gente do bem” e levar ótimas impressões para balizar o futuro.
A vida segue, a fila anda, ficamos velhos e acumula-se conhecimento. Quando chegar o final do ano, faremos projeções para 2015. Notaremos que o novo ano trará ótimas chances de avanços, mas também guardará em seu bojo armadilhas que a vida emprega como teste de sobrevivência.
Por isso, o segredo é aproveitar e aprender. Sempre!