Ao contrário da maioria dos homens gosto de ir ao supermercado. Esta tarefa virou obrigação lá em casa, onde todos os dias aparecem bilhetes junto às chaves do carro. Inevitavelmente são pequenas listas de mantimentos com a tarja “urgente”, embora a aquisição de Nescau – por exemplo – seja exatamente uma medida extrema. O resultado são rosários de pedidos.
Frequento o “super” três vezes por semana: às quartas-feiras – dia em que faço churrasco à noite -, além do sábado e do domingo, quando a churrasqueira giratória também funciona a pleno. Adotei alguns rituais para as compras. O primeiro é a elaboração da lista de compras. Adquirir produtos aleatoriamente resulta em prejuízos na hora de chegar ao caixa.
Ao botar no papel, enumero os produtos e respeito a sequência das gôndolas dentro da loja. Detesto chegar na parte de frios e iogurtes, no final da loja, e ser obrigado a retornar para buscar o café solúvel que foi esquecido.
Observo a movimentação das pessoas nos corredores. É impressionante como tem gente que teme pelo furto do carrinho repleto de guloseimas, bebidas e daquela pantufa recém-adquirida. Este pessoal é incapaz de deixar as compras num canto por alguns minutos, entrar na fila do pão e voltar ao carrinho. Por isso, quanto maior o movimento, maior a quantidade de colisões atingindo tornozelos, canelas e joelhos.
Gosto de ir ao supermercado aos sábados e domingos pela manhã, bem cedo. Minha mulher adora fazer uma intriga ao dizer que nestes horários me sinto um verdadeiro guri porque a maioria do público é formada por aposentados que fogem do burburinho dos sábados de tarde.
Gosto de conhecer lojas novas e sou atraído por lançamentos
Sou fascinado por lançamentos. Pensei até em fazer um bico como “piloto de testes”, daqueles que, depois de experimentar a novidade, preenchem formulários descrevendo as sensações, enumerando defeitos e arrolando virtudes. Esta mania resulta em pequenos desastres, mas também há surpresas positivas que rendem elogios e salva de palmas da família.
Minha vocação de “rato de supermercado” também me leva a conhecer lojas em outras cidades. Recentemente conheci o supermercado da Dália, à beira da RS-130. Fiquei impressionado e não resisti à picanha suína – presença obrigatória nos churrascos lá de casa -, entre outras especialidades.
Nas caminhadas de sábado à tarde costumo entrar no supermercado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Amplo e espaçoso tem ótimo atendimento nos caixas. Sempre levo alguma coisa, ao menos um pacote de erva mate que ainda não degustei.
Enquanto as mulheres lá de casa são fissuradas por sapatos, bolsas e potes plásticos, eu curto passear no supermercado. Assim todos ficam felizes, mas é preciso controle sobre o cartão do Banricompras. Do contrário, o dinheiro termina muito antes de terminar o mês…