A cadeia de produção de leite já esteve em momentos melhores. Tivemos os episódios das sucessivas fraudes, onde produtores, transportadores, postos de intermediação, indústrias e até mesmo fiscais do Ministério da Agricultura participaram de alguma forma, conforme amplamente noticiado. Sucedeu-se um período em que os preços pagos aos produtores foram baixando e por fim registrou-se o “calote” aplicado por indústrias ou compradores do produto, que, não conseguindo quitar as compras, causam imensas dificuldades para milhares de agricultores, colocando em risco a sua sobrevivência financeira.
Não bastasse tudo isso, soma-se nesta época do ano, uma acentuada redução no consumo do leite, fazendo com que as indústrias gaúchas, de uma forma geral, tenham que se deparar com estoques excedentes, especialmente do leite em pó.
É oportuna a iniciativa da Famurs e do Instituto Gaúcho do Leite que estão reivindicando ao governo federal, para que o Ministério do Desenvolvimento Social, órgão que trata das políticas sociais, compre das indústrias de laticínios, inicialmente em torno de 4 mil toneladas de leite em pó, destinando-as a Programas de alimentos, em especial na rede escolar, ensino fundamental e na educação infantil, no caso as creches.
Esse procedimento sugerido provocaria um alívio nos depósitos das indústrias desafogando os estoques e, evidentemente, transformaria os produtos em recursos financeiros para que as laticínios pudessem honrar seus compromissos financeiros, inclusive para remunerar melhor os fornecedores, sobretudo os produtores.
A mencionada atitude das entidades tem o caráter de sugestão. Não podemos nos iludir e contar como sendo um fato consumado, ainda mais se considerarmos que estamos no início de um novo governo, ou um novo período, havendo uma ordem e uma meta de uma significativa redução de gastos em todos os setores do governo federal.
PRESIDÊNCIA DA EMATER CONTESTADA
Na tentativa de compor os quadros nos setores do governo estadual, segundo e terceiro escalão, o governador e os secretários já definidos, estão encontrando objeções e até contestações em alguns casos.
A situação que tem bastante repercussão no meio da agricultura familiar é a indicação do presidente da EMATER/RS. Algumas entidades classistas, vinculadas à produção agropecuária e às Ciências Agrárias, vêm tomando uma posição de contrariedade a um nome ventilado para a função, a partir do fato de o mesmo não ter a formação profissional afim, mas sim de professor de educação física. Há manifestações dando conta de que não se pode aceitar que um leigo, nessa área (considerando a sua formação escolar), possa coordenar uma área que cuida de um conjunto de 250 mil famílias de pequenos agricultores.
É possível que se trate de um caso em que o indicado é o menos culpado por esse desconforto. Pois, por ser um cargo político, certamente há quem o recomendou por algum motivo especial, senão particular.
Se de fato o caso não puder ser revertido ou corrigido, restará um clima de animosidade e algumas das atividades da EMATER poderão não ter os resultados esperados e que são do “padrão” da tradicional e bem conceituada Empresa. É uma pena que não houve uma prevenção e precaução.
PREÇOS MENORES
A retenção do Projeto de Lei na Câmara de Vereadores, por iniciativa dos vereadores oposicionistas, tratando do ajuste do valor da aplicação dos testes de tuberculose e brucelose, vai produzir efeitos positivos. Há comentários de que os 14 reais por animal testado poderão cair para 10 reais. Se não houver diminuição da qualidade dos serviços o fato ganha importância e merece uma avaliação e debate.