O método conchinha de dormir já salvou – e recuperou – mais casamentos do que terapias, medicamentos ou mesmo a hipnose juntos. O poder do encaixe perfeito dos corpos, principalmente antes do sono reparador, supera todos os efeitos profiláticos até hoje estudados por cientistas e estudiosos no assunto.
As desavenças conjugais são tão antigas quanto o casamento. A convivência diária sofre desgastes, leva a vícios inicialmente tolerados além de outros problemas nunca informados no período que antecede a consolidação das relações.
A virulência das discussões entre casais nem sempre se transmuta numa noite de sexo ardente. A frase “o bom da briga é fazer as pazes” não constitui regra. Nem todos conseguem exercer o saudável hábito do perdão, da compreensão e da tolerância. A frequência pode resultar em profundos ressentimentos, obstáculos intransponíveis para normalizar a relação a curto prazo.
Quando finalmente os ânimos são serenados, a proximidade dos amantes na hora de dormir (ou apenas deitar) configura arma letal, especialmente das mulheres. Elas usam esta artimanha com rara habilidade. São ardilosas – no bom sentido, por favor! – e geralmente “esbarram sem querer” no corpo do companheiro. Tudo isso, é claro, fruto de um sono convenientemente agitado.
O calor emanado da parceira é embriagante.
A mulher consegue sempre ocupar o maior espaço na cama. Mesmo que seja do tamanho king size…
O encaixe perfeito dos corpos, resultado de anos de vida em comum, inibe qualquer foco de resistências do homem. É preciso força sobrenatural para resistir a tamanha tentação. O lendário banho frio se mostra insuficiente porque depois de sair do chuveiro é preciso voltar à cama… A solução radical é mudar-se para o sofá da sala ou para outro cômodo da casa distante do leito fatal.
Se você, leitor, não é forte o suficiente, o golpe certeiro dispensa preliminares. O toque de um pé, o roçar do cotovelo, os longos cabelos jogados “sem querer” no rosto do parceiro acomodado a centímetros é suficiente para despertar o vulcão incontrolável antes adormecido.
As mulheres são mestres na arte da dissimulação. Fazem parecer tudo fruto do acaso. Até um inocente esbarrão na tentativa de se acomodar na cama. Aliás, ocupar grandes espaços neste ambiente é outra habilidade feminina.
O ninho do pecado pode ser do tamanho king size. Não importam as medidas. Sempre que for conveniente, a mulher forçará o contato físico. Homem algum consegue conciliar o sono diante da mínima fricção, desde que a mulher assim o desejar.
Com a chegada do frio, o calor sob os lençóis torna-se ainda mais embriagante. A fúria das discussões cede à calmaria. Os impropérios viram silêncio. E sorrateiramente somos envolvidas pela conchinha, designação um tanto inocente para um remédio de tamanha eficiência!