Nos últimos meses, um hábito muito comum entre as crianças, vem ganhando força no mundo dos adultos: os livros para colorir. A nova febre do momento já pode ser conferida em boa parte das livrarias e papelarias da região.
A procura pelos famosos livros também impactou na venda pelos lápis de cor em grande parte dos estabelecimentos que comercializam este tipo de produto. Uma das publicações mais vendidas é o famoso Jardim Secreto, de Johanna Basford, com 750 mil cópias em seis meses. Com desenhos bem elaborados, cheios de detalhes, eles são vendidos como uma ferramenta antiestresse e relaxante.
Conforme a psicóloga Tatiane Kunzler, os livros realmente ajudam a relaxar, considerando que na correria do dia a dia o que mais falta atualmente é tempo. “Para a maioria das pessoas, sua atenção e concentração estão voltadas exaustivamente para o trabalho, televisão e celular, o que na maioria das vezes impede e limita o processo criativo. Os livros de colorir servem como válvulas de escape, como um detox para a alma, momentos de sopros de ideias, auxiliando no descanso físico e mental”.
A psicóloga ressalta que a atividade de desenho e pintura deve ser feita com regularidade para que os efeitos possam ser sentidos. Lembrando que isto não substitui um processo de psicoterapia. Em casos onde existam quadros mais severos de estresse e ansiedade, deve-se consultar um profissional.
Por se tratar de uma atividade lúdica que envolve brincadeira, desafio e criatividade, os livros são também nostálgicos. Tatiane frisa que eles nos transportam para a infância e com isso resgatam afetos. “Poder mapear quais as sensações que o desenhar e o pintar nos provocam é que vão fazer a diferença. Escolher as cores, cuidar os detalhes, escolher um ambiente para pintar são os elementos que auxiliam a desenvolver as habilidades cognitivas como concentração, atenção, consciência de si, percepção visual, coordenação fina, reconhecimento de cores, sequência, planejamento e de forma geral uma organização psíquica. Ao finalizar o desenho a sensação geralmente é de bem-estar, porque no momento da pintura nossa única preocupação é escolher qual a próxima cor que utilizaremos, diminuindo as tensões e produzindo dopamina e endorfina (hormônios do bem-estar, do prazer)”.
Não há dúvidas que os livros de colorir se tornaram um fenômeno mundial, pois a cada dia surgem novas opções. Para Tatiane, eles ganharam fama como passatempo, que relaxa e estimula a criatividade, por conter palavras altamente atrativas em suas capas: antiestresse e arte terapia. “Um misto de simplicidade e detalhamento que explodiu nas mídias e em redes sociais e criou no consumidor a necessidade de ter um livro para chamar de seu, assim como os lápis de cor. Considerando o baixo custo e o fato dele proporcionar benefícios para todas as idades, estão se esgotando rapidamente nas livrarias. Sendo remédio para estresse ou apenas alívio para o tédio, o fato é que esta atividade tem ganhado novos adeptos a cada dia”.