Eu tenho muita inveja das mães. Elas conseguem tempo para tudo. E para todos. Fazem as coisas com rapidez e qualidade. Só reclamam da escassez de visita dos filhos adultos.
Aprendi a valorizar o trabalho das mulheres que são donas de casa profissionais. Administram a casa, os filhos, mantêm tudo arrumado, brilhando e organizado. Quando chegamos em casa, famintos, ela faz aquele ar blasé e diz:
– Bah… mas não tem nada na geladeira ou no freezer. Não sei se vai dar pra fazer alguma coisa!
Em minutos avisa que a mesa está posta. São pratos feitos com amor que nos leva a gostar cada vez mais de velhas novidades porque em time que está ganhando não se mexe.
Para todos há uma palavra de carinho. Mesmo quando os ânimos se exaltam. Toda mãe conhece o temperamento dos seus comandados. Sabe a hora da abordagem para o bote certeiro. A intuição dá o tom certo do pito. Em grupo ou de cantinho.
As mães não cursaram contabilidade, economia ou administração, mas pilotam o orçamento com maestria. Dispensam projeções, calendários, lembretes. Sabem de cor a data do aniversário de todos. Inclusive dos amigos, parentes mais distantes e até dos vizinhos.
As mães que trabalham fora ”jogam nas onze”. Quando amamentam transformam a hora do meio-dia na mais perfeita aula de administração do tempo. São pródigas em fazer mil coisas e voltar na hora certa para o emprego.
Mãe é alimento, proteção, afeto, amor incondicional e certeza de porto seguro
Com carteira assinada ou como profissional liberal levam a piazada à creche e buscam à tardinha. Sabem da rotina na escola, participam da reunião do CPM, estão presentes às festas juninas e confortam o filho que ralou o joelho no futebol do final de semana. Energia, tempo e determinação não faltam. E jamais adoecem.
As mães que conheço a fundo – dona Gerti, que me colocou no mundo, e a dona Cármen, companheira há quase 30 anos e que me presenteou com os dois maiores tesouros que possuo – são exemplos de dedicação, amor incondicional e mágica diária. São o bálsamo para todos os males.
Resolvem tudo quando falta uma tesoura, quando a bainha descosturou, ou faltou lanche para a excursão. Confortam as lágrimas da primeira desilusão amorosa da prole. São leoas na defesa das crias. Não interessa o tamanho ou a força da ameaça que paira sobre o lar.
Neste Dia das Mães, reconheço minha inveja diante de seres humanos pra lá de especiais. Elas são alimento, proteção, afeto, amor incondicional e certeza de porto seguro. Cármen e Gerti: vocês resumem a exata grandeza da importância da mãe em nossas vidas.
Feliz Dia das Mães!