Recebi gentilmente, da amiga Maica Viviane Gebing – eficiente assessora de Imprensa da Prefeitura de Arroio do Meio – um exemplar da publicação sobre a prestação de contas da Administração Municipal. A cidade onde vivemos se assemelha a nossos filhos.
Dentro de casa somos críticos. Desfiamos um rosário de reclamações, somos pródigos em apontar defeitos. Mas basta alguém levantar a voz para apontar algo fora do normal para que fiquemos alertas para defender quem nos é caro.
Ao folhear a revista me dei conta de quantos lugares bonitos nosso município possui. Constatei a pujança do setor primário, através de um conjunto de iniciativas que congregam produtores, indústrias, poder público e consumidores. Temos problemas na área da saúde, é óbvio, mas conforta verificar que existem ações na busca de solução para um tema candente para todos nós.
No teu povo incansável, generoso derrama suor, a regar esta terra adorável e a fazê-la mais rica e melhor. O trecho, correspondente à quarta estrofe do Hino de Arroio do Meio, diz bem das coisas da nossa terra. Lendo o texto lembrei-me do arroio-meense mais orgulhoso que conheço. Trata-se do Promotor de Justiça da Comarca de Venâncio Aires, Fernando Buttini – filho do casal Ireno e Mafalda Buttini – que costuma tocar a música alusiva ao município nas festas em que participa.
A plenos pulmões, sempre ao lado da esposa, Magda Inês Palaoro Buttini, ele costuma recitar os versos sem errar uma só palavra. Não satisfeito, permeia o recital com episódios, destaca detalhes que contagia a todos, principalmente aqueles distantes do torrão natal.
Aqueles que moram longe da terra natal têm o hábito de requentar lembranças
Muitos têm dificuldade para compreender este orgulho atávico tão comum nos arroio-meenses que moram longe de sua cidade de origem. Afinal – podem pensar os desavisados – trata-se de uma cidade pequena, sem personagens de renome internacional ou celebridades que figurem na mídia nacional com frequência.
Como eu, o amigo Herberto Fleck Junior – ou simplesmente Júnior, filho de dona Clari e de Herberto Fleck – é parceiro de reminiscências nos encontros na Praça da Encol, em Porto Alegre. Regado a chimarrão, sob o sol das manhãs de domingo, recordamos as boates do Clube Esportivo ou nas garagens na casa de colegas de turma. Também sorrimos ao lembrar dos torneios de vôlei disputados no Colégio São Miguel sob o comando dos professores Adalberto Brod, Rosali Heis Mantelli e Rogério Rother, entre tantas outras aventuras juvenis.
Também costumo requentar antigas fofocas e outras recentes na revenda Meneghini Automóveis, empresa dos irmãos Enio e Elio. Eles compartilham as lembranças. São reminiscências que ajudam a manter acesa a chama da história que forjamos no lugar em que nascemos. E isso fica para sempre no lado esquerdo do peito.