Fiquei radiante ao ler a manchete da página 13 do nosso O Alto Taquari, edição do último dia 25: “Município instala novos bancos na Praça Flores da Cunha”. Transito com frequência por ali sempre que volto a Arroio do Meio. O passeio tem diversos motivos: minimizar os efeitos do excesso de comida caseira da melhor qualidade da dona Gerti Jasper, além de fazer exercício e recordar momentos inolvidáveis da infância e adolescência.
Às vezes – confesso – saio decepcionado. O hábito de jogar lixo – quase sempre garrafas PET e até de vidro, bem como copos plásticos e embalagens de todo tipo – é deprimente. Soma-se a indesejável onipresença dos vândalos, pródigos em depredar, quebrar, riscar e emporcalhar tudo. Da sanha destruidora nada escapa: bancos, placas, vitrines, fachadas de prédios públicos e privados, automóveis.
Acompanho com atenção as constantes melhorias promovidas pela Administração Municipal na Praça Flores da Cunha. O embelezamento é evidente. Isso significa valorização daquele espaço que implica no desembolso de recursos significativos com o intuito de tornar o lugar ideal para ser desfrutado com amigos e familiares.
Mais educação significa mais capricho e qualidade de vida
Todo este esforço se mostra inócuo se não houver engajamento da população. Jogando lixo no lugar certo e denunciando quem emporcalha o ambiente que pertence a todos. A manutenção de locais públicos é o cartão de visitas de uma comunidade. Constato isso nas andanças pelo interior do Estado, onde muitas cidades se mantêm há décadas no topo das mais caprichadas. E não falo apenas de Canela e Gramado, onde os investimentos em turismo são astronômicos.
Aqueles que agem em nome do vandalismo esquecem que os equipamentos públicos estão à disposição de todos, inclusive destes que depredam e sujam. Seus filhos e netos terão oportunidade de aproveitar com os amiguinhos suas horas de lazer. Por isso, podem ser vítima de acidentes com cacos de vidro e insetos e animais peçonhentos que proliferam no lixo.
É doloroso constatar que o vandalismo aumenta na medida em que os indicadores de educação do Rio Grande do Sul sofrem uma piora deprimente a cada ano. Não é mera coincidência. Pelo contrário. As despesas na formação de jovens e crianças devem ser encaradas como investimento, e não como gasto, com dividendos por várias gerações.